
Os vereadores do Rio de Janeiro iniciaram o debate sobre o projeto conhecido como “lei anti-Oruam”, protocolado na última segunda-feira, 17, por Pedro Duarte (Novo) e Talita Galhardo (PSDB). A proposta visa proibir a contratação, pelo poder público municipal, de artistas que façam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas em eventos direcionados ao público infantojuvenil. A justificativa do projeto é proteger crianças e adolescentes, garantindo que eventos culturais promovidos com dinheiro público sejam responsáveis e não exaltem atividades criminosas.
A iniciativa já ganhou força em outros estados, como São Paulo, onde a vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil) foi a primeira a propor um projeto semelhante. Em Brasília, o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) também protocolou uma proposta de alcance nacional. No Rio, o projeto ainda precisa passar por comissões como a de Justiça e Redação e a de Cultura, que terão 15 dias para avaliar o texto. Após as análises, a proposta será votada em plenário e, se aprovada, seguirá para sanção do prefeito, que decidirá pela aprovação ou veto.
Quem é Oruam
Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, é um rapper de 23 anos que ganhou destaque no cenário musical brasileiro. Filho de Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho, Oruam não esconde suas raízes e frequentemente aborda em suas músicas e redes sociais a realidade de ter um pai preso, defendendo que ele “está pagando pelos erros”. Com cerca de 10 milhões de ouvintes mensais no Spotify e 9 milhões de seguidores no Instagram, o artista se tornou um dos nomes mais influentes da música atual, mas também alvo de polêmicas, como sua tatuagem de Elias Maluco, traficante envolvido na morte do jornalista Tim Lopes, e pedidos públicos pela liberdade do pai durante shows.