Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

PSDB escancara disputa interna em posição dos líderes

Aécio Neves trabalhou pró-governo, enquanto Tasso Jereissati e Geraldo Alckmin se empenharam para conseguir votos contra Temer

Por Da Redação
Atualizado em 3 ago 2017, 08h35 - Publicado em 3 ago 2017, 08h32
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A votação da bancada do PSDB na Câmara sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer refletiu a disputa interna vivida no partido. Mesmo licenciado do comando da legenda, o senador Aécio Neves (MG) trabalhou para obter maioria pró-governo entre os tucanos. Do outro lado, o senador Tasso Jereissati (CE) e o governador Geraldo Alckmin (SP) foram as principais forças aglutinadoras contra Temer.

    O placar entre os tucanos ficou apertado: 22 foram contra o prosseguimento da denúncia e 21 a favor. Houve ainda quatro ausências, das quais três eram considerados votos certo contra Temer: Shéridan (RR), Pedro Vilela (AL) e Eduardo Barbosa (MG) – este último faltou por causa da morte de sua mulher em um acidente.

    As movimentações começaram no início do dia, quando o Planalto exonerou dez dos 12 ministros com mandato de deputado. Ficou de fora Ricardo Barros (PP-PR), da Saúde, cujo suplente é Nelson Padovani (PSDB-PR). O Planalto sabia que ambos votariam a favor de Temer, mas optou por não fazer a substituição para garantir um voto a mais do PSDB.

    A ala tucana pró-desembarque atribuiu a estratégia a Aécio. Outro foco de atuação do senador mineiro teria resultado na ausência da deputada Shéridan, que era contabilizada como voto contrário ao governo. Aos colegas, ela teria prometido desembarcar em Brasília até o meio-dia, mas não atendeu mais às ligações.

    Aécio, no entanto, nega ter influenciado a votação da bancada, dizendo que o assunto é “exclusivamente da Câmara”. Nos bastidores, a ala mineira acusou Alckmin de pressionar os deputados paulistas a votarem contra o governo.

    Continua após a publicidade

    “Agora o racha é evidente. Não tem mais ninguém em cima do muro. Não tem nada pessoal, mas há uma disputa partidária de dois grupos. A discussão sobre o desembarque anda com a escolha do presidente do partido”, disse o deputado Daniel Coelho (PSDB-PE), um dos líderes do grupo que defende a eleição permanente de Tasso para o comando da legenda.

    Sem unidade

    Do lado de Tasso, as movimentações foram feitas na reunião da bancada na Câmara. O encontro, feito antes do início da sessão, foi esvaziado pelos simpáticos a Temer, mas o líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Tripoli (SP), decidiu orientar a bancada pelo prosseguimento da denúncia.

    Na prática, a decisão significava recomendar voto da bancada contra o relatório do próprio partido, uma vez que o deputado Paulo Abi-Ackel (MG) assinou parecer recomendando a rejeição do pedido de investigação.

    Continua após a publicidade

    “Faço uma consideração ao meu colega, a quem estimo e respeito, mas cujo parecer não representa o partido, nem foi respaldado previamente pelos colegas”, disse Tripoli. O líder é visto como um aliado de Tasso, presidente interino do partido, e admitiu que conversou com o senador cearense sobre o posicionamento da bancada. Entre os paulistas, 11 dos 12 votaram pelo prosseguimento da denúncia.

    “Isso pegou a bancada de surpresa e não reflete o sentimento da maioria do partido”, afirmou o deputado Domingos Sávio (MG), aliado de Aécio. A medida também foi vista como uma forma de constranger os ministros tucanos – Antonio Imbassahy (BA), da Secretaria de Governo, e Bruno Araújo (PE), das Cidades.

    Antes de o resultado da votação ter sido proclamado, Aécio e Tasso já tinham combinado de se encontrar hoje para discutir o comando do PSDB. A reportagem apurou que Aécio quer seguir como presidente licenciado até maio de 2018, enquanto Tasso não aceita mais permanecer como presidente interino.

    Continua após a publicidade

    ‘Vitória momentânea’

    Após a derrota no plenário, deputados da oposição afirmaram que o governo obteve uma vitória momentânea, mas reconheceram que terão de mudar de estratégia para aprovar uma nova denúncia que poderá ser apresentada contra o Michel Temer pela Procuradoria-Geral da República. “O desafio é mobilizar a população pelo ‘fora, Temer'”, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

    Deputados também afirmaram que o governo gastou todas as armas para barrar a denúncia e, se tiver de enfrentar nova acusação, não terá mais o que oferecer. “Temer vai ter dificuldade de se manter no governo, porque o custo político vai ficando cada vez maior”, disse o deputado Ivan Valente (PSOL-SP). Para a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ), novas denúncias vão recair sobre Temer. “Esse processo não acaba aqui.”

    (Com Estadão Conteúdo)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.