O número de brasileiros que desejam tomar a vacina contra a Covid-19 subiu mais de quatro pontos percentuais desde setembro, segundo levantamento do Paraná Pesquisas feito entre os dias 16 e 19 de janeiro – foi de 61,2% para 65,7%. Apenas 9,2% dos entrevistados disseram que não vão receber o imunizante (veja quadro abaixo).
O aumento da vontade dos brasileiros de se vacinarem foi puxado principalmente pelos idosos. Segundo o levantamento, entre os pesquisados com 60 anos ou mais de idade, o percentual subiu de 59,5% em setembro para 70,5% em janeiro.
Também houve aumentos consideráveis entre aqueles que moram no Nordeste (de 59,6% para 65%) e nas regiões Norte e Centro-Oeste (de 59,9% para 67,9%).
No mesmo período, caiu o percentual daqueles que condicionavam ser imunizado ao país de origem da vacina – de 26,9% para 21,8% –, mostrando que diminuiu a resistência ao fato de o primeiro imunizante disponibilizado no país ser a CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac. O presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores nas redes sociais fizerem repetidos ataques ao fármaco pelo fato de ele ter sido produzido pelo país onde o novo coronavírus surgiu.
“A da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população. Existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido por lá”, disse o presidente em entrevista à Jovem Pan no dia 21 de outubro.
Desde sexta-feira, 22, o Brasil tem outro imunizante disponível no país – uma carga de 2 milhões de doses da AstraZeneca/Oxford, produzida na Índia, chegou ao país.
Obrigatoriedade
Em relação à imposição da vacinação obrigatória pelas autoridades, o país continua dividido, mas cresceu o percentual daqueles que se opõem a isso: o percentual da população que é contra subiu de 38,6% para 41,3%, enquanto o dos que são a favor caiu de 55,2% para 53,3%.
O levantamento do Paraná Pesquisas foi feito por telefone com 2.292 moradores com 16 anos ou mais de idade em 238 municípios de todas as unidades da federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.