Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Quando ensinar dói

Um rosto ensanguentado escancarou a violência nas escolas, mal que se alastra com a escalada do crime e envergonha o Brasil no ranking mundial

Por Maria Clara Vieira e Eduardo Gonçalves
Atualizado em 25 ago 2017, 23h16 - Publicado em 25 ago 2017, 21h46

Com o olho direito inchado e o sangue de um corte no supercílio escorrendo pelo rosto, a professora de português e literatura Marcia Friggi, de 51 anos, estremeceu na semana passada as redes sociais e, a partir delas, o país. Marcia, que dá aula para adolescentes e adultos em um supletivo em Indaial, no leste de Santa Catarina, levara um soco na cara de um aluno de 15 anos. Ela ia começar a falar de gramática e resolveu checar se alguém se distraía com o celular. Ele tinha um livro no colo. Ela, desconfiada, mandou que o pusesse sobre a carteira. Ele respondeu com um palavrão. Ela lhe ordenou que saísse da sala. Ele a atacou primeiro com o livro, depois com os punhos, na sala da direção. “O último soco me jogou na parede”, postou a professora junto com a foto. Era o primeiro dia de aula e o primeiro dia do aluno naquela escola, onde Marcia leciona há quatro anos — um dos dois empregos nos quais a mestra pós-graduada ganha 4.100 reais por mês.

Para professores da rede pública, que acomoda 90% dos estudantes, a barbárie do ato está longe de ser um caso isolado. O Brasil, colecionador de estatísticas vergonhosas na educação, aparece no topo do ranking mundial como um dos países cam­peões em agressão a professores. A constatação vem de estudo da OCDE, a organização das economias desenvolvidas, que aferiu o problema em 34 nações. A pergunta era: “Quem sofre ameaça verbal ou intimidação pelo menos uma vez por semana?”. No Brasil, 12,5% — quatro vezes a média verificada nos outros países pesquisados. Um segundo levantamento, este da QEdu, uma das principais plataformas de dados educacionais do país, mostra que dois terços dos professores da rede pública já viram aluno agredir aluno, e metade já viu aluno voltar-se contra professor.

Leia esta reportagem na íntegra assinando o site de VEJA ou compre a edição desta semana para iOS e Android.
Aproveite também: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no Go Read.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.