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Quinze anos após matar os pais, Suzane pede para deixar a prisão

Pedido para regime aberto tem aval de diretora de presídio, a quem chama de ‘mãe’, que cita comportamento exemplar da detenta, que trabalha como costureira

Por Ullisses Campbell
Atualizado em 30 jun 2017, 18h45 - Publicado em 30 jun 2017, 18h17

Condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais em 2002, Suzane von Ricthoffen, 33 anos, que está presa há 15, pediu à Justiça para migrar do regime semiaberto para o aberto. Na nova fase, ela poderá dormir fora da cadeia, desde que arrume emprego fixo. No pedido, que tramita sob sigilo, os defensores públicos que advogam para a presidiária argumentaram até que ela foi pedida em casamento, além de enumerar outras qualidades, como bom comportamento e pontualidade no trabalho de corte e costura que executa dentro do presídio de Tremembé. Em um documento anexado ao pedido, a diretora do presídio, Eliana Maria de Freitas, a quem Suzane chama de “mãe”, declara que a sua “filha” é uma presa de comportamento exemplar.

O pedido para Suzane ganhar a liberdade do regime aberto está no Ministério Público, em Taubaté, na mesa do promotor Paulo José de Palma, que atua junto à 2ª Vara de Execuções Penais de Taubaté. Considerado rigoroso em seus pareceres, ele já havia negado um pedido de progressão de regime a Suzane em 2009 porque um teste chamado Rorscharch, que revela traços importantes da personalidade, aplicado na detenta famosa, revelou que ela é dotada de “egocentrismo elevado” e “agressividade camuflada”, além de ser “manipuladora, insidiosa e narcisista”. No entanto, outro teste criminológico aferiu que ela, uma vez solta, não voltaria a cometer crime semelhante.

Por outro lado, há um ano, De Palma disse a VEJA que Suzane merece uma chance de voltar a viver em sociedade. “O resultado do teste de Rorscharch é interessante, mas essas são características da personalidade da Suzane e não representam risco à sociedade. Para sabermos se ela realmente está apta a viver aqui fora, precisamos analisar outros elementos. Por exemplo: ela é uma presa que trabalha duro dentro da penitenciária. Isso conta ponto a seu favor”, disse o promotor em entrevista a VEJA em agosto de 2016.

A veia manipuladora de Suzane ficou bem evidente em 2014, quando ela passou a ter direito ao regime semiaberto. Supreendentemente, ela pediu para continuar no regime fechado. Ao investigar o que estava por trás desse desejo incomum no universo carcerário, psicólogos do sistema penal descobriram que Suzane não quis deixar a cadeia simplesmente porque não tinha para onde ir.

No entanto, logo em seguida, ela fez amizade com uma colega de cela, Luciana Olberg, condenada por estuprar duas crianças de três anos juntamente com o namorado. Para ajudar a amiga, Luciana apresentou o irmão, Rogério Olberg, que se interessou por Suzane. Os dois namoraram e já estão planejando o casamento.

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Fora da cadeia, Suzane pensa em montar uma confecção, já que ganhou três máquinas industriais de costura do apresentador Gugu Liberato, há um ano, quando deu uma entrevista a ele. No entanto, sua ex-namorada, Sandra Regina Ruiz, conhecida como Sandrão, confiscou o maquinário e disse que só entregará os equipamentos na Justiça.

 

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