São Paulo e Amazonas receberão 530 refugiados venezuelanos
Parte dos imigrantes que estão em Roraima será distribuída: 350 para a capital paulista e 180 para Manaus
O governo federal vai distribuir, dentro de duas semanas, 530 refugiados venezuelanos que estão atualmente abrigados em Roraima para outros dois estados: São Paulo e Amazonas. A capital paulista vai receber 350 imigrantes, enquanto outros 180 serão encaminhados para Manaus.
O deslocamento não vai ocorrer imediatamente porque os venezuelanos estão sendo vacinados contra sarampo e difteria, e o prazo para que a imunização faça efeito é de duas semanas.
A medida foi anunciada nesta quarta-feira após a primeira reunião do comitê de assistência emergencial criado pelo presidente Michel Temer para tratar da crise humanitária envolvendo os venezuelanos refugiados. A prefeitura de Boa Vista estima que cerca de 40 mil venezuelanos tenham entrado na cidade ao fugir da crise econômica e política no país vizinho. O número corresponde a mais de 10% da população local, de cerca de 330 mil habitantes.
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que, em um primeiro momento, o governo investirá 70 milhões de reais no apoio aos venezuelanos. Esse dinheiro está sendo enviado para Roraima em forma de medicamentos e alimentação.
Outros estados
De acordo com a subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Natalia Marcassa de Souza, o comitê está trabalhando com a possibilidade de deslocar os venezuelanos para outros estados além de São Paulo e Amazonas. “Estamos trabalhando com vários estados. Tentamos fazer de uma maneira assertiva. A gente combina onde já tem uma assistência inicial, de abrigo; e depois onde já tem vaga de trabalho para aquela pessoa. Então, demora um pouco para fazer isso.”
Para os que continuam dormindo nas praças de Pacaraima, fronteira com a Venezuela, e Boa Vista, capital de Roraima, o governo anunciou a construção de centros de apoio e triagem. Cada um terá a capacidade de receber 1,5 mil pessoas.
Perfis
Segundo Padilha, existem três perfis diferentes dentre aqueles vindos da Venezuela. O primeiro é daqueles que querem receber alimentos e benefícios, como Bolsa-Família – e o governo brasileiro incluirá essas pessoas no benefício – e fazer tratamento de saúde para voltar depois à Venezuela, cruzando a fronteira “duas, três vezes no mês”. Outro perfil é de pessoas, em sua maioria população indígena, que querem morar na região de fronteira, em Roraima. Ou seja, querem morar no Brasil, mas não querem se “interiorizar”.
Já o terceiro perfil é composto de imigrantes que querem morar e trabalhar no Brasil. “Nós temos, entre solteiros e que vieram para trabalhar, em torno de 40% da população”, disse o ministro.
(Com Agência Brasil)