Após o presidente Michel Temer ter sido criticado pela demora em se manifestar a respeito do massacre no presídio em Manaus e por classificar a chacina como “acidente pavoroso”, o secretário Nacional de Juventude do governo, Bruno Júlio, declarou nesta sexta-feira ao site HuffPost Brasil e ao jornal O Globo que “tinha era que matar mais” e “tinha que fazer uma chacina por semana” (ouça o áudio aqui). Os massacres na capital amazonense e em Boa Vista, que ocorreu nesta sexta-feira, deixaram 91 mortos.
“Eu sou meio coxinha sobre isso. Sou filho de polícia, né? Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana”, afirmou Júlio. O secretário é presidente licenciado da Juventude do PMDB e filho do deputado estadual de Minas Gerais Cabo Júlio (PMDB). O cargo que ele ocupa no governo é vinculado à Secretaria de Governo.
Bruno Júlio comparou a repercussão dos massacres nos presídios Anísio Jobim e Agrícola de Monte Cristo à da chacina na noite de Ano Novo em Campinas, em que um homem executou a tiros a ex-mulher, o filho e mais dez pessoas.
“Isso que me deixa triste. Olha a repercussão que esse negócio que o presídio teve e ninguém está se importando com as meninas que foram mortas em Campinas. Elas, que não têm nada a ver com nada, que se explodam. Os santinhos que estavam lá dentro, que estupraram e mataram: Coitadinhos, oh, meu Deus, não fizeram nada! Para, gente! Esse politicamente correto que está virando o Brasil está ficando muito chato. Obviamente que tem de investigar, tem que ver…”, afirmou ao O Globo.
O secretário de Juventude do governo Temer ainda diz ter trabalhado na Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), em Minas Gerias e, com base em sua experiência, garante que “tem muita gente que consegue mudar de vida”.