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Segurança do Carrefour suspeito de matar cachorro presta depoimento

Delegada descarta hipóteses de atropelamento ou envenenamento da cadela Manchinha; profissional saiu com o rosto coberto

Por Da redação
Atualizado em 6 dez 2018, 21h25 - Publicado em 6 dez 2018, 20h30
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  • A Delegacia de Polícia de Investigações sobre o Meio Ambiente e Setor de Produtos Controlados de Osasco fica em uma casa alugada, um sobrado no Centro de Osasco, na parte de trás do 5° DP da Polícia Militar. O ambiente, normalmente tranquilo, ficou movimentado nesta quinta-feira, 6, com o depoimento do segurança que é suspeito de matar a cadela Manchinha enquanto trabalhava em uma unidade do supermercado Carrefour na Avenida dos Autonomistas, principal via da cidade.

    O homem, de 39 anos, compareceu sozinho ao local, vestido de terno. “Vim falar sobre o caso do cachorro“, disse, ao chegar ao local, e ser rapidamente conduzido para uma área reservada e depois para a sala da delegada da seccional, Silvia Fagundes Theodoro da Silva, sem passar pela sala de espera das testemunhas. Saiu de lá por volta das 17 horas, tapando o rosto e com um carro escoltado por policiais civis.

    O profissional é funcionário terceirizado do Carrefour, contratado de uma empresa de mão de obra. Fazia menos de dois meses que estava trabalhando no supermercado de Osasco quando, no dia 28 de novembro, pegou uma barra de ferro para afastar um cachorro que estava no local, ferindo-o na pata. Em seguida, o animal foi capturado por uma equipe do Centro de Zoonoses de Osasco, que o levaram a sua sede em Osasco. Morreu.

    O caso repercutiu nas redes sociais e provocou revolta. Funcionários do complexo comercial que inclui o supermercado disseram que estão com medo de retaliações. O rumor de que o segurança suspeito foi espancado é boato, conforme registra o blog Me Engana que Eu Posto (leia aqui).

    De acordo com a delegada do caso, foi descartada a possibilidade de envenenamento, bem como a de atropelamento do animal. As imagens não mostram nenhum sinal desses dois casos – e também não mostram o segurança agredindo o cachorro. Havia apenas uma lesão séria na pata. A cadela ainda chegou ao centro de zoonoses viva, mas vomitando muito sangue, o que é um reflexo de hemorragia interna, segundo o órgão.

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    A pena para agressão animal é de no máximo um ano, acrescida de um terço em razão da circunstância agravante da morte. Por isso, a prisão é descartada.

    Carrefour

    Oficialmente, o Carrefour diz que o animal era visto no local havia uma semana e era alimentado por funcionários da empresa. O supermercado afirma que por diversas vezes ligou para o Centro de Zoonoses para retirá-lo, depois que apresentou sinais de agressividade contra clientes, que reclamaram.

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    O Carrefour reconhece que um grave problema ocorreu em nossa loja de Osasco. A empresa não vai se eximir de sua responsabilidade. Estamos tristes com a morte desse animal. Somos os maiores interessados para que todos os fatos sejam esclarecidos. Por isso, aguardamos que as autoridades concluam rapidamente as investigações. Desde o início da apuração, o funcionário de empresa terceirizada foi afastado. Qualquer que seja a conclusão do inquérito, estamos inteiramente comprometidos em dar uma resposta a todos. Queremos informar também que estamos recebendo sugestões de várias entidades e ONGs ligadas à causa que vão nos auxiliar na construção de uma nova política para a proteção e defesa dos animais”, disse a empresa à imprensa.

    Centro de Zoonoses

    Fábio Cardoso, diretor do Departamento de Fauna e Bem-Estar Animal, falou em nome do Centro de Zoonoses de Osasco e afirmou que a única ligação feita pelo Carrefour foi a do dia 28. “Temos todas as ligações do 156 registradas e o único contato foi no dia 28, às 9h26, falando de um cachorro vítima de atropelamento”.

    Fábio disse que o centro não tem obrigação de selar animais em propriedades particulares, mas enviou um carro ao local. Como não havia animal atropelado na via, ele ajudou a retirá-lo de dentro das dependências do mercado. “A tentativa de pegá-lo com uma corda era para amordaçar, mas o animal ameaçava os agentes. Então usamos o cambão para controlá-lo.” O cambão é uma espécie de peça de madeira com um “enforcador na ponta”, para acalmar animais.

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    Um curativo foi feito no local e o animal foi levado para o Centro. Uma veterinária foi acionada, mas o cão morreu. Como se tratava de um caso de atropelamento, no entendimento do Centro de Zoonoses, o animal foi levado na quinta-feira 29, e cremado no Cemitério da Vila Alpina, sem a realização de uma perícia. “As informações do caso só vieram à tona no sábado”, completou Fábio.

    Em nota oficial à imprensa, o Centro de Zoonoses respondeu que “o animal deu entrada consciente no departamento em decúbito lateral (deitado de lado), mucosas anêmicas, hipotensão severa (pressão baixa), hipotermia intensa, hematêmese (vômito com sangue) e escoriações múltiplas. Apesar do tratamento instituído, o animal veio a óbito.

     

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