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Sem hospitais de campanha, Witzel adia flexibilização da quarentena no Rio

Como VEJA antecipou, governador do Rio de Janeiro aguardava a abertura de pelo menos mais 30% de novas vagas de leitos

Por Cássio Bruno Atualizado em 23 abr 2020, 20h36 - Publicado em 23 abr 2020, 20h13

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), decidiu, na noite desta quinta-feira, 23, adiar a flexibilização da quarentena no estado. Como VEJA antecipou à tarde, Witzel aguardava, entre outros fatores, a abertura de pelo menos mais 30% de novas vagas de leitos para anunciar o relaxamento gradual de isolamento. Para isso, o governador dependia do aumento da oferta para o tratamento dos doentes após a inauguração dos hospitais de campanha, o que não vai ocorrer até o próximo dia 30, como previsto inicialmente. Hoje, unidades da rede pública já operam no limite da capacidade para atender pacientes com coronavírus.

Nos bastidores, porém, a previsão é que a flexibilização, antes programada para a partir de 1° de maio, aconteça dia 11 do mesmo mês. Witzel acredita que até lá ao menos três dos nove hospitais de campanha do estado estejam funcionando. O primeiro será o do Leblon, ao lado do Batalhão da Polícia Militar, neste sábado, 24, graças a uma parceria do governo com a iniciativa privada. E, até 7 de maio, a expectativa é que sejam abertos pelo menos mais dois: o do Estádio Célio de Barros, no Complexo do Maracanã, e o de Duque de Caxias, anexo ao Hospital Estadual Adão Pereira Nunes.

Segundo boletim do governo divulgado nesta quinta-feira, 6.172 casos de coronavírus foram confirmados no estado, com 530 mortes. Há ainda 206 óbitos em investigação.

Diagnosticado com o Covid-19, Witzel fez uma videoconferência com o secretário de Saúde, Edmar Santos, outro integrante do governo que contraiu a doença. O titular da pasta de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, Lucas Tristão, também participou da discussão do plano de reabertura progressiva do setor econômico, principalmente o comércio. Witzel estava muito abalado com a situação da esposa, a primeira-dama Helena Witzel, cujo teste para coronavírus também deu positivo. Ela está em casa e passa bem.

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“Agora, também tenho a missão de cuidar da Helena, que ficou ao meu lado, contraiu o vírus, e vamos dar a ela toda a atenção possível. Também quero informar que no estado do Rio de Janeiro a curva de mortalidade e contaminação ainda é alta apesar de estar sob controle. E é exatamente por estar sob controle que nós estamos muito preocupados com qualquer reabertura de atividade econômica. Sei das dificuldades e dos problemas que todos nós estamos passando. Mas enquanto não inaugurarmos os hospitais de campanha, que já estão em fase final de conclusão, não poderemos fazer a reabertura (flexibilização)”, disse Witzel em vídeo distribuído aos secretários estaduais.

Com os nove hospitais de campanha, mais duas mil novas vagas serão abertas para os doentes com Covid-19. Questionada por VEJA na tarde desta quinta-feira, a Secretaria estadual de Saúde não explicou os motivos para os atrasos. Informou apenas que as unidades funcionarão para atender pacientes com coronavírus de “forma gradativa no mês de maio, de acordo com a evolução da pandemia”. A polícia do Rio de Janeiro investiga suspeitas de irregularidades na contratação de empresas para a construção das unidades hospitais de campanha.

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