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‘Soubemos que fita foi editada’, diz advogado amigo de Temer

Criminalista Antônio Mariz vai assumir a defesa de presidente

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h45 - Publicado em 20 Maio 2017, 00h07

O advogado criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira disse nesta sexta-feira, que o governo tem “informações seguras” sobre a existência de adulterações e montagens no áudio da conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS.

Amigo do presidente há quarenta anos, Mariz se reuniu com Temer na noite de ontem e nesta sexta, em Brasília, e vai assumir a defesa dele. Uma das estratégias jurídicas, após a delação premiada feita por Joesley, é pedir a perícia da gravação que veio a público.

“Soubemos que a fita foi editada e isso é gravíssimo”, afirmou Mariz. “É uma indignidade o que estão fazendo contra o presidente da República e contra o Brasil.”

Na conversa com Temer no Palácio do Jaburu, em 7 de março, Joesley disse que estava “de bem” com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Lava Jato. “Tem que manter isso, viu?”, respondeu Temer. Em seguida, Joesley acrescentou: “Todo mês”. Parte do diálogo, porém, é inaudível.

O empresário também contou a Temer que estava comprando um procurador e “dando conta” de dois juízes para barrar uma investigação sobre empresa do grupo J&F, holding que administra a JBS. “Ótimo”, afirmou o presidente.

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Questionado se o “corte” de algum trecho da conversa teria sido feito pela Procuradoria-Geral da República, Mariz preferiu a cautela e disse que jamais levantaria suspeitas sem provas. “A perícia vai nos dar indícios tanto sobre a edição quanto sobre a autoria. Quando soubermos, não teremos escrúpulos em denunciar”, declarou o advogado.

A defesa do presidente tenta desqualificar Joesley, sob o argumento de que o empresário se valeu de uma delação falsa com o único objetivo de obter benefícios para ele e sua companhia. “A verdade começou a ser reposta. Há absoluta falta de seriedade nas acusações”, insistiu Mariz.

Em seu despacho de abertura do inquérito, Fachin disse não haver ilegalidade nos áudios gravados por Joesley. Escreveu, ainda, que as conversas gravadas foram “ratificadas e elucidadas” pelo empresário em depoimento ao Ministério Público. “O despacho do ministro antecede a notícia que chegou ao governo, vinda de fontes fidedignas, de que a fita foi preparada”, afirmou Mariz. “A gravação em si não é crime, mas não é isso que se está discutindo.”

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Áudio entregue à PGR tem cortes, diz jornal

Uma perícia encomendada pelo jornal Folha de S. Paulo chegou à conclusão de que a gravação da conversa entre Joesley Batista e Michel Temer tem mais de 50 cortes. O laudo foi feito por Ricardo Caires dos Santos, perito judicial pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Segundo afirmações do especialista ao veículo, a gravação divulgada tem “vícios, processualmente falando”, o que a tornaria inválida como prova jurídica.

“É como um documento impresso que tem uma rasura ou uma parte adulterada. O conjunto pode até fazer sentido, mas ele facilmente seria rejeitado como prova”, disse o perito à Folha de S. Paulo.

O perito Ricardo Molina, que não fez uma análise formal das gravações, afirmou em entrevista ao jornal que o a gravação tem baixa qualidade técnica e que uma perícia completa deveria verificar também o equipamento do áudio. “Percebem-se mais de 40 interrupções, mas não dá para saber o que as provoca. Pode ser um defeito do gravador, pode ser edição, não dá para saber”, disse.

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