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Temer venceu no TSE, mas terá dificuldades no Congresso

Livrar-se da cassação foi um alívio, mas construir uma base no Congresso é requisito para evitar uma eventual denúncia e para aprovar as reformas econômicas

Por Da redação
Atualizado em 10 jun 2017, 11h56 - Publicado em 10 jun 2017, 11h42

Após livrar-se da ameaça de cassação no Tribunal Superior Eleitoral, Michel Temer deve voltar seu foco para o Congresso. O objetivo do presidente é garantir que uma eventual acusação do Ministério Público não tenha votos suficientes para ser admitida na Câmara. Se o PSDB decidir realmente desembarcar do governo, Temer ficará exposto às exigências do chamado Centrão, ala de partidos nanicos e médios que se organizou para oferecer apoio ao governo neste momento difícil. Mas como qualquer aliado de ocasião, o Centrão faz suas exigências. Os tucanos ainda não romperam com a base aliada, mas a oferta de cargos de tucanos no balcão de negócios de Brasília já começou.

Além de garantir que Temer não tenha o mandato ameaçado pelo Ministério Público, os aliados na Câmara são importantes para garantir a aprovação do projeto de reforma da Previdência. A decisão do TSE animou o governo, mas a equipe do presidente sabe que está muito distante de conseguir os 308 votos necessários para aprovar as mudanças nas aposentadorias. Temer vem sendo advertido por Meirelles que boa parte das melhorias na economia estão ancoradas na expectativa de aprovação das reformas, e o governo sabe que a saída da recessão é um dos fatores mais importantes para a sua sobrevivência.

Além de tentar costurar uma base que o resguarde no Congresso, Temer partiu para uma ofensiva contra a Lava Jato. Reportagem de VEJA desta semana revela, com exclusividade, os planos do presidente de retaliar o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). O pecado de Fachin, aos olhos do governo, foi ter homologado a explosiva delação do dono da JBS, Joesley Batista, que disparou um potente petardo contra o governo. Temer acionou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o serviço secreto, para bisbilhotar a vida do ministro com o objetivo de encontrar qualquer detalhe que possa fragilizar sua posição de relator da Lava-Jato. Em comunicado divulgado pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, Temer negou as acusações: “o governo não usa a máquina pública contra os cidadãos brasileiros, muito menos fará qualquer tipo de ação que não espeite aos estritos ditames da lei”.

(Com Estadão Conteúdo)

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