Teori afastou Cunha e anulou gravações com Lula e Dilma
Ministro do STF, que morreu nesta quinta-feira em acidente de avião, foi peça central de alguns dos mais recentes e relevantes fatos políticos no país
Por João Pedroso de Campos
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Atualizado em 4 jun 2024, 20h34 - Publicado em 19 jan 2017, 20h55
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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1/24 O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki participa de painel de discussão no III Colóquio sobre a Suprema Corte, na Associação dos advogados de São Paulo - 24/10/2016 (Nelson Antoine/FramePhoto/Folhapress)
2/24 O ministro Teori Zavascki na sessão plenária do STF (Supremo Tribunal Federal) - 04/03/2015 (Pedro Ladeira/Folhapress)
3/24 O ministro do STF Teori Zavascki, na sessão de julgamento dos embargos infringentes dos réus condenados no caso do mensalão. (ANDRESSA ANHOLETE/Folhapress)
4/24 Teori Zavascki, ministro do STF - 05/11/2014 (SCO/STF/Divulgação)
5/24 Teori Zavascki toma posse como novo ministro do STF - 29/11/2012 (Ed Ferreira)
6/24 O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
7/24 O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
8/24 Teori Zavascki, ministro do STF, com a lista dos envolvidos do Petrolão, no STJ - 02 / 03 / 2015 (Cristiano Mariz/VEJA)
9/24 Teori Zavascki, ministro do STF, com a lista dos envolvidos do Petrolão, no STJ - 04 / 03 / 2015 (Cristiano Mariz/VEJA)
10/24 Teori Zavascki, ministro do STF, durante o julgamento da ação penal 470, denominação oficial do processo do mensalão - 11 / 09 / 2013 (Cristiano Mariz/VEJA)
11/24 O ministro Teori Zavascki tomando posse como novo integrante do STF - 29/11/2012 (Ed Ferreira/Protegido: Estadão Conteúdo)
12/24 Teori Zavascki, ministro do STF - 24/04/2013 (Cristiano Mariz/VEJA)
13/24 Ministro Teori Zavascki no julgamento de recursos na AP 470 - 22 / 08 / 2013 (FELLIPE SAMPAIO/VEJA)
14/24 O ministro Teori Zavascki, durante sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) (Pedro França/Agência Senado)
15/24 O ministro Teori Zavascki, durante sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) (Pedro França/Agência Senado)
16/24 O ministro do STF, Teori Zavascki, analisa recurso sobre ex-diretor da Petrobras (Valter Campanato/Agência Brasil)
17/24 O ministro Teori Zavascki, durante sabatina na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) (Pedro França/Agência Senado)
18/24 O ministro Teori Zavascki durante sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (Antonio Cruz/Agência Brasil)
19/24 STF analisa recurso sobre ex-diretor da Petrobras, o ministro e relator do processo, Teori Zavascki, preside a segunda turma que julga o recurso da PGR (Valter Campanato/Agência Brasil) (Valter Campanato/Agência Brasil)
20/24 O ministro do STF Teori Zavascki, na sessão de julgamento sobre a aceitação da denúncia apresentada pela PGR contra o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha - 03/03/2016 (Antonio Cruz/Agência Brasil)
21/24 O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, durante análise dos recursos apresentados pelas defesas dos 25 réus condenados pela corte, os chamados embargos, (Nelson Jr./SCO/STF/VEJA)
22/24 Ministro Teori Zavascki durante o julgamento do mensalão, em 05/12/2012 (Carlos Humberto/SCO/STF/VEJA)
23/24 O ministro Teori Zavascki, durante sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (Pedro França/Agência Senado/VEJA)
24/24 O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki participa da cerimônia de sanção da lei que disciplina o processo e julgamento do mandado de injunção individual e coletivo, no Palácio do Planalto, em Brasília (Charles Sholl/Futura Press/Folhapress/Folhapress)
Relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki, morto nesta quinta-feira em um acidente aéreo em Paraty (RJ), esteve no centro de alguns dos mais recentes e relevantes acontecimentos políticos no país. Em 2015, concedeu liminar barrando o rito do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados e determinou a prisão preventiva de um senador no exercício do mandato. No ano passado, tomou decisões envolvendo Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Em 13 de outubro de 2015, atendendo um pedido do deputado federal petista Wadih Damous (RJ), Teori Zavascki determinou a suspensão do rito do processo de impeachment na Câmara delineado por Cunha. O ministro entendeu que o peemedebista havia criado um novo rito ao analisar questões de ordem contra o impeachment, o que não pode ser feito. Depois dele, a ministra Rosa Weber também concedeu uma liminar travando o rito e, por fim, o plenário da Corte definiu como o processo do afastamento da petista correria na Casa.
No mês seguinte, em novembro de 2015, Teori Zavascki decidiu pela prisão do ex-senador Delcídio do Amaral, que àquela altura exercia mandato parlamentar. A prisão preventiva do parlamentar, algo inédito, se baseou na tentativa de Delcídio de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e evitar que ele fechasse acordo de delação premiada. Na mesma decisão, Teori também determinou a prisão de André Esteves, dono do banco BTG Pactual.
Em março de 2016, mesmo diante da decisão do ministro Gilmar Mendes que suspendia a nomeação do ex-presidente Lula para a Casa Civil do governo Dilma, Teori avocou para o Supremo as investigações envolvendo o petista na Lava Jato e tirou a responsabilidade sobre o processo do juiz federal Sergio Moro.
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Dois meses depois, no início de maio, quando Eduardo Cunha já respondia a uma ação penal do STF por ter recebido propinas de 5 milhões de dólares de um contrato do estaleiro Samsung com a Petrobras, o ministro o afastou da presidência da Câmara e do mandato de deputado federal, uma decisão inédita e histórica.
Como relator da Lava Jato no STF, Teori Zavascki também votou para colocar Cunha no banco dos réus pela segunda vez, por manter contas no exterior e nelas receber dinheiro ilícito, no que foi seguido por todos os dez colegas no plenário da Corte.
Após o impeachment de Dilma, Teori devolveu as investigações contra o ex-presidente Lula a Sergio Moro. No despacho em que mandou a Curitiba o processo, no entanto, o ministro anulou a validade legal das gravações telefônicas da Lava Jato em que Lula e Dilma foram flagrados discutindo o envio de um termo de posse como ministro da Casa Civil “em caso de necessidade”.
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No despacho, Teori atacou a decisão de Moro, que classificou como “violação da competência desta Corte”. Para o ministro caberia somente ao STF decidir a respeito de investigações envolvendo autoridades com foro privilegiado.
“A violação da competência do Supremo Tribunal se deu no mesmo momento em que o juízo reclamado [Sergio Moro], ao se deparar com possível envolvimento de autoridade detentora de foro na prática de crime, deixou de encaminhar a este Supremo Tribunal Federal o procedimento investigatório para análise do conteúdo interceptado. E, o que é ainda mais grave, procedeu a juízo de valor sobre referências e condutas de ocupantes de cargos [com foro privilegiado]. Mais ainda: determinou, incontinenti, o levantamento do sigilo das conversas interceptadas, sem adotar as cautelas previstas no ordenamento normativo de regência, assumindo, com isso, o risco de comprometer seriamente o resultado válido da investigação”, criticou.
Em outubro de 2016, em sua mais recente decisão de repercussão política, Teori Zavascki suspendeu a Operação Métis, deflagrada pela Polícia Federal com autorização da Justiça Federal da primeira instância, e avocou a investigação ao STF.
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Na ação, a PF fez buscas no Senado e prendeu quatro policiais legislativos suspeitos de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato a partir de varreduras contra escutas telefônicas em gabinetes e casas senadores. A operação colocou em rota de colisão a presidente do STF Cármen Lúcia e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que chegou a afirmar que a Casa Legislativa teria sido alvo da ação de um “juizeco”, o que motivou pronta reação da presidente da Corte.
1/13 Equipes fazem buscas após acidente aéreo de avião prefixo PR-SOM, modelo Hawker Beechcraft King Air C90, em Paraty, no litoral sul do Rio, na manhã desta sexta-feira (20). O ministro do STF Teori Zavascki, relator da Lava Jato, morreu no acidente. (Bruno Kelly/Reuters)
2/13 Equipes fazem buscas após acidente aéreo de avião prefixo PR-SOM, modelo Hawker Beechcraft King Air C90, em Paraty, no litoral sul do Rio, na manhã desta sexta-feira (20). O ministro do STF Teori Zavascki, relator da Lava Jato, morreu no acidente. (Bruno Kelly/Reuters)
3/13 Equipes fazem buscas após acidente aéreo de avião prefixo PR-SOM, modelo Hawker Beechcraft King Air C90, em Paraty, no litoral sul do Rio, na manhã desta sexta-feira (20). O ministro do STF Teori Zavascki, relator da Lava Jato, morreu no acidente. (Bruno Kelly/Reuters)
4/13 Equipes fazem buscas após acidente aéreo de avião prefixo PR-SOM, modelo Hawker Beechcraft King Air C90, em Paraty, no litoral sul do Rio, na manhã desta sexta-feira (20). O ministro do STF Teori Zavascki, relator da Lava Jato, morreu no acidente. (Bruno Kelly/Reuters)
5/13 Equipes fazem buscas após acidente aéreo de avião prefixo PR-SOM, modelo Hawker Beechcraft King Air C90, em Paraty, no litoral sul do Rio, na manhã desta sexta-feira (20). O ministro do STF Teori Zavascki, relator da Lava Jato, morreu no acidente. (Bruno Kelly/Reuters)
6/13 Aeronave cai em Paraty (RJ). O ministro do STF Teori Zavascki, estava na lista de passageiros (Twitter/Reprodução)
7/13 Teori Zavascki, ministro do STF, morre em acidente de avião em Paraty (Sônia Barcelos/Arquivo pessoal)
8/13 Teori Zavascki, ministro do STF, morre em acidente de avião em Paraty (Marinha/Divulgação)
9/13 Teori Zavascki, ministro do STF, morre em acidente de avião em Paraty (André Barcinski/Folhapress)
10/13 Equipes fazem buscas após acidente aéreo de avião prefixo PR-SOM, modelo Hawker Beechcraft King Air C90, em Paraty, no litoral sul do Rio, na tarde desta quinta (19). O ministro do STF Teori Zavascki, relator da Lava Jato, morreu no acidente (André Barcinski/Folhapress)
11/13 Aeronave cai em Paraty (RJ). O ministro do STF, Teori Zavascki, estava na lista de passageiros (/Reprodução)
12/13 Aeronave cai em Paraty (RJ). O ministro do STF Teori Zavascki, estava na lista de passageiros (/Reprodução)
13/13 Modelo Hawker Beechcraft King Air C90, semelhante ao que estava Teori Zavascki (Beechcraft/Divulgação)
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