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Uruguaios em situação análoga à escravidão e vítimas de violência são resgatados em MG

Homossexual e mulher transexual faziam trabalhos forçados e sofriam abusos sexuais; homem foi coagido a tatuar iniciais de patrões

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 abr 2025, 15h44

Dois uruguaios em situação análoga à escravidão foram resgatados em uma operação coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no município de Planura, na região do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais. As vítimas eram uma mulher transexual e um homem homossexual que foram submetidos a trabalho forçado, cárcere privado, exploração sexual, além de violência física e psicológica. O homem chegou a ser coagido a tatuar as iniciais dos patrões. Três homens identificados como empregadores foram presos por policiais federais.

A ação foi desencadeada a partir de uma denúncia no canal Disque 100 e ocorreu entre os dias 8 e 15 de abril, mas a divulgação do caso ocorreu nesta sexta-feira, 25. A operação teve participação do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Polícia Federal (PF) e da Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo do Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (Unipac).

Ao chegar ao local indicado, auditores conseguiram identificar as vítimas e descobriram que os uruguaios foram aliciados por meio das redes sociais sob a promessa de que teriam oportunidade de emprego com moradia e acolhimento.

A apuração mostrou que os empregadores abordavam pessoas em situação de vulnerabilidade econômica e afetiva, mirando membros de comunidades LGBTQIAPN+ “com o objetivo de estabelecer vínculos de confiança e, posteriormente, promover situações abusivas e degradantes”, segundo o MTE.

Violência e tatuagem

As vítimas realizavam trabalhos domésticos e em um estabelecimento comercial sem remuneração e em condições precárias de moradia realizando jornadas exaustivas. O homem ficou cerca de nove anos trabalhando sem carteira assinada como empregado doméstico e era vítima de violência física, sexual e psicológica.

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A equipe que realizou a operação constatou que ele foi “coagido a fazer uma tatuagem com as iniciais dos patrões, como símbolo de posse”.

A mulher trans disse aos agentes que não recebia salário adequado e vivia sob constante intimidação. “Durante o período em que esteve na casa dos empregadores, chegou a sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), possivelmente causado pelo estresse e pelas violências presenciadas”, informou o MTE.

O período em que ela foi submetida ao trabalho análogo à escravidão não foi divulgado, assim como a idade das vítimas, mas elas estão recebendo assistência médica, psicológica e jurídica.

A Polícia Federal efetuou a prisão de um trio identificado como responsável pela contratação dos uruguaios, no entanto, a identidade deles não foi revelada.

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