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Vale monta estrutura para atender animais resgatados em Brumadinho

Empresa montou uma central de alimentação e medicação; entidades criticam abate de bichos atolados

Por Da Redação Atualizado em 31 jan 2019, 11h13 - Publicado em 31 jan 2019, 10h21

A Vale alugou uma fazenda para receber os animais resgatados após o rompimento de uma barragem com rejeitos de mineração em Brumadinho e criou uma estrutura para acolher e tratar animais de pequeno e grande porte resgatados na região.

O Hospital de Campanha tem baias e área para bovinos, piquetes para ovinos e suínos, gradil para cães, área para animais silvestres e uma piscina para acomodar peixes. A empresa montou uma central de alimentação e medicação, que estará disponível enquanto os animais estiveram abrigados.

Estão no hospital, até o momento, dezesseis cães, quatro aves, um bovino e um gato. Os animais, que chegaram sem grandes traumas e ferimentos, recebem avaliação e cuidados da equipe. De acordo com o médico veterinário e voluntário Alessandro Martins, o setor de terapia intensiva conta com equipamentos para monitoramento de coração e pressão arterial, assim como da função respiratória.

Cerca de quarenta profissionais trabalham no resgate da fauna local nas duas margens do Rio Paraopeba. A ação é coordenada pela equipe de biólogos da Vale, em parceria com o Conselho Regional de Medicina Veterinária, e conta com a mobilização de voluntários para auxiliar no recebimento dos animais.

Eutanásia

Entidades de proteção aos animais questionaram uma ação da Polícia Rodoviária Federal, que abateu animais atolados na lama da barragem que rompeu. Segundo ativistas, os agentes usavam helicópteros para atirar nos bichos. Segundo os relatos, eram feitos cerca de cinco disparos em vacas que estavam na região atingida. O Conselho Regional  Medicina Veterinária de Minas Gerais disse que dois animais, um bovino e um equino sofreram eutanásia por arma de fogo.

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A Polícia Rodoviária Federal confirmou a ação com helicóptero. “O procedimento de sacrifício (eutanásia) dos animais, objeto deste questionamento, foi realizado com o atendimento de todos os protocolos de segurança aplicáveis ao caso, a pedido e sob a coordenação de uma veterinária, integrante do Conselho de Veterinária de Minas Gerais e supervisionado pelo comando das operações de resgate.”

Segundo o presidente do CRMV-MG, Bruno Divino, o método é autorizado pelo “Guia Brasileiro de Boas Práticas para Eutanásia em Animais” e foi escolhido porque os animais estavam em sofrimento e não havia segurança para que os socorristas descessem do helicóptero para aplicar o anestésico. “O método para quem não conhece é assustador, mas é feito disparo onde o animal não vai sentir dor”.

De acordo com o médico veterinário, os tiros só serão realizados quando o animal estiver em situação de extremo sofrimento e não houver como acessar o local. Em outras situações, a orientação é resgatar o animal da lama ou fazer a eutanásia com anestésicos.

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Os ativistas de defesa dos animais, no entanto, questionam a forma com que o sacrifício dos animais está sendo feito. “Atirar desse jeito nem pode ser chamado de eutanásia. No domingo um helicóptero com uma veterinária sobrevoou baixo para que ela pudesse aplicar uma injeção e assim o animal deixar de sofrer. Agora, atirar até acertar é cruel”, disse Luciana Trindade, do Grupo Eco Ação.

(Com Agência Brasil)

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