Vice-presidente do PT do DF é preso por abuso sexual
Wilmar Lacerda, um dos responsáveis por criar os "comitês populares de luta" na eleição de Lula, é investigado por abuso de meninas
Em 2022, durante a campanha eleitoral, o presidente Lula concedeu uma missão a três antigos colaboradores do PT. O ex-ministro José Dirceu, o ex-governador do DF Agnelo Queiroz e o vice-presidente do PT no DF, Wilmar Lacerda, foram encarregados de criar os primeiros “comitês populares de luta”, grupos de militantes no Distrito Federal para fortalecer a campanha do petista. O primeiro comitê, inclusive, foi instalado na casa da mãe de Wilmar Lacerda, em Planaltina (DF).
Na tarde de quinta-feira, 24, soube-se que Wilmar Lacerda foi preso preventivamente, acusado de abusar sexualmente de adolescentes. Os detalhes do caso são mantidos em sigilo.
Wilmar já tinha sido acusado de trocar sexo por lanche com menor de 17 anos
Segundo as primeiras informações divulgadas, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) prendeu Wilmar ao deflagrar a Operação Predador. O caso vem sendo acompanhado pelos policiais desde 2017, quando Lacerda foi indiciado por favorecimento da prostituição de criança ou adolescente. Ele foi investigado na época por ter mantido relações sexuais com uma jovem de 17 anos de idade em troca de lanche.
O PT do Distrito Federal divulgou uma nota anunciando o afastamento de Wilmar. “O Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal informa que Wilmar Lacerda está afastado cautelarmente do partido, até que se esclareçam os graves fatos noticiados pela imprensa na noite de 24/10, garantindo a ele o exercício do direito de defesa nas instâncias competentes”, diz a nota, assinada pelo presidente da sigla no DF, Jacy Afonso.
Wilmar foi suplente do senador Cristovam Buarque e era um homem respeitado dentro do PT, com passagem livre pelos principais gabinetes do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. Ao longo das investigações, a polícia levantou indícios de que Wilmar Lacerda teria mantido relações sexuais com meninas a partir de 13 anos de idade.
As investigações avançaram após a prisão de um empresário suspeito de aliciar adolescentes entre 12 e 17 anos. Elas recebiam presentes e dinheiro para participar de “festas” frequentadas pelo petista.