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Vida em corais sofre queda de 47% após vazamento de óleo, diz pesquisa

Pesquisador da Universidade Federal da Bahia indica que recuperação de ecossistema pode levar até duas décadas

Por Giovanna Romano Atualizado em 25 nov 2019, 16h40 - Publicado em 25 nov 2019, 15h58
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  • Uma análise feita pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) indica que, após a chegada do petróleo no Nordeste, houve a diminuição de cerca de 47% no número de espécies invertebradas nos recifes de corais da região analisada. “Recuperar a vida marinha pode demorar de dez a vinte anos”, concluiu o diretor do Instituto de Biologia da universidade Francisco Kelmo.

    A pesquisa apresentada nesta segunda-feira, 25, analisou os recifes de corais das regiões de Guarajuba, Itacimirim, Praia do Forte e Abaí. Foram comparados dados de abril deste ano com os coletados em outubro pela equipe do Instituto de Biologia. Para Kelmo, houve perda de patrimônio natural, o que causa um desequilíbrio ecológico na vida marinha.

    O pesquisador considera que diminuição nos números de espécies é a mais grave das consequências analisadas. “Perder espécies é preocupante, porque o mar está perdendo organismo que fazem parte de uma cadeia alimentar. Se rompe a cadeia, você cria lacunas no sistema. Foram perdidos dois grupos principais: os filtradores e os animais de pequeno porte”, afirma Kelmo.

    Além da diminuição nas espécies, foram encontrados menos animais vivos em comparação com abril — a redução equivale a 65,92%. Ainda, a mortalidade dos corais, que normalmente é de cerca de 5% ao ano, aumentou para 51,92%. Este fenômeno pode ser observado pelo branqueamento do coral, um sinal de que o ser vivo está doente e pode morrer.

    “A chegada do petróleo ocorreu quando os animais entraram no período reprodutivo, então pode também prejudicar a reprodução. Quando falamos de impacto de petróleo no ambiente marinho, não falamos de impacto imediato. Os piores impactos vêm a longo prazo. Os feitos do contaminante serão acumulativos e passados de geração a geração”, afirma Kelmo.

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    A universidade fará um acompanhamento contínuo dos corais pelos próximos seis meses. No primeiro momento, os pesquisadores irão aguardar uma recomposição natural da natureza. Se ela não acontecer no primeiro ano, será necessária uma intervenção com técnicas de recuperação, como o transplante de espécies — pegar animais de uma área e levar para outra.

    Kelmo recomenda que o governo federal invista em campanhas de educação ambiental para reduzir os “estresse” sob esses recifes. A pessoa pode prevenir isso: não andando sob os recifes, não coletando animais do mar, não deixando alimentos e bebidas caírem na água, tomar cuidado com filtros solares. O pesquisador também cobra mais financiamento de pesquisas.

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