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Vítima de estupro coletivo no Rio é insultada na internet

A violência foi divulgada no Facebook e Whatsapp. Internautas culpam a menina pelo ocorrido

Por Da redação
7 Maio 2017, 16h53

A menina de 12 anos vítima de um estupro coletivo na Baixada Fluminense, na semana passada, está sendo insultada na internet. Assim como aconteceu com a adolescente da zona oeste do Rio que sofreu a mesma violência há um ano, ofendida até em uma letra de funk. Nos dois casos, as violações foram filmadas e as imagens foram compartilhadas pelo WhatsApp.

No YouTube, uma internauta que se diz conhecida da vítima escreveu que “não é a primeira vez que ela faz isso” e que a denúncia e a repercussão do estupro é “tempestade em copo d’água”. Outra diz que não houve estupro, e sim sexo consentido: “Agora os garotos se ferram… Ela tinha que chegar na mãe e na delegada, em quem for, e assumir que ela quis”. Um outro disse que ela é “bem danada”, e outro, que”ela estava lá porque quis”. Vários pedem o link do vídeo.

O crime

O estupro, que aconteceu no domingo (30), está sendo investigado pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav). O vídeo tem cerca de um minuto e foi disseminado nas redes sociais. Ele mostra a vítima cercada por quatro homens nus, enquanto um outro os filma. A menina grita enquanto é estuprada e tenta esconder seu rosto com uma almofada. Um dos estupradores diz: “Cala a boca, se alguém ouvir sua voz, vai saber que é tu”. Outro fala: “Tapa o rosto da novinha”.

A polícia ainda busca o local do estupro e os criminosos, que teriam ligações com o tráfico de drogas local. O nome do município não está sendo divulgado pela Dcav para a preservação da menina. Amanhã, ela deve prestar depoimento. Segundo apontam as investigações, a menina teria sido enganada pelos estupradores, de modo que ficasse mais no local e fosse violentada.

A denúncia à Dcav foi feita na última sexta-feira (5) por uma tia da vítima. Ela contou que a sobrinha está muito abalada com a violência sofrida e que pensava em fugir de casa. Ela não contou à família sobre o estupro por vergonha e medo de represálias dos criminosos.

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A delegada Juliana Emerique de Amorim disse que não há dúvida de que houve estupro, e ressaltou que ainda que a menina tivesse consentido ter relações, trata-se de estupro presumido, por ela ser menor de 14 anos. Os responsáveis irão responder não só por este crime (pena de até 15 anos) mas também por terem filmado e divulgado as imagens (pena de até oito anos). Quem armazenou (em celulares ou computadores) e compartilhou as cenas também será implicado. Provedores e sites estão sendo oficiados para retirar o conteúdo do ar.

(Com Estadão Conteúdo)

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