Vitória deve receber 2 mil militares para deter onda de violência
Ministro da Defesa, Raul Jungmann, diz que soldados devem ir para as ruas ainda nesta segunda-feira; cidade tem saques e escolas e lojas fechadas
Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h04 - Publicado em 6 fev 2017, 17h49
O governo federal estima deslocar em torno de 2 000 homens das Forças Armadas para as ruas da Grande Vitória, no Espírito Santo, para conter a onda de violência que tomou conta da região em razão de protestos que têm inviabilizado o patrulhamento normal das ruas. Houve um aumento nos casos de assaltos e homicídios, e lojas foram saqueadas.
Desde sábado, parentes de policiais militares começaram a protestar em frente aos batalhões impedindo a saída dos veículos, o que praticamente deixou as ruas sem policiamento. Eles reivindicam reajuste salarial e pagamento de auxílio-alimentação, auxílio-periculosidade, insalubridade e adicional noturno aos PMS.
Segundo o diretor social e de relações públicas da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar (ACS), Thiago Bicalho, o movimento foi espontâneo. De acordo com a entidade, o salário-base de um policial no estado é 2 600 reais, enquanto a média nacional chega a 4 000 reais. A entidade argumenta que há anos os policiais não têm aumento salarial e que essa situação acabou por motivar familiares dos policiais a fazerem as manifestações em frente aos quartéis.
De acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, desde sábado, ao menos 51 pessoas foram assassinadas na Grande Vitória. O Instituto Médico Legal (IML) da capital está sobrecarregado. Imagens feitas pela população – e divulgadas nas redes sociais – mostram lojas sendo saqueadas e assaltantes agindo livremente nas ruas sem serem incomodados. Lojas e postos de saúde foram fechados e a volta às aulas na rede pública, prevista para esta segunda-feira, foi adiada.
O governo estadual informou em nota que trocou o comando da PM “para restabelecer a ordem e disciplina” e que irá continuar conversando com os policiais para garantir o policiamento nas ruas. A administração estadual também disse ter obtido uma decisão favorável do Tribunal de Justiça contra a paralisação da PM, com fixação de multa diária de 100 mil reais caso os policiais não cumpram a determinação de retornar às atividades.
O desembarque de tropas federais na Grande Vitória deverá ocorrer na noite desta segunda-feira. “Há uma situação de gravidade lá (em Vitória) porque as polícias estão impedidas de se deslocarem para exercerem suas funções. Isso tem levado a uma situação que, praticamente, não se tem Polícia Militar na rua”, afirmou Jungmann, que está indo para Vitória. A intervenção foi pedida pelo governo do Estado e autorizada pelo presidente Michel Temer.
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O governador Paulo Hartung (PMDB) está internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para tratar de um tumor – o vice-governador César Colnago (PSDB) está no cargo interinamente.
Segundo Jungmann, o efetivo militar que irá para as ruas deverá ser deslocado do Exército, da Marinha e da Aeronáutica do próprio Espírito Santo, além de tropas de estados vizinhos.
Cada vez mais comum
Nos últimos seis meses, o uso das Forças Armadas foi empregado, além do Rio Grande do Norte, em Pernambuco, Maranhão e Amazonas. Questionado se esse recorrente emprego das tropas federais representava a falência da segurança pública nos estados, o ministro negou.
“De forma alguma. O que existe hoje é que o crime se nacionalizou. Os Estados não lidam mais com uma criminalidade local. Hoje, o crime está se nacionalizando, sobretudo no Sudeste”, declarou. “Nenhum governador pode ter o controle ou capacidade de resolver isolado quando há uma crise.”
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(Com Estadão Conteúdo, Agência Brasil e Reuters)
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VEJA Mercado – terça, 12 de novembro
As pistas do governo Lula sobre cortes de gastos e entrevista com André Perfeito
As bolsas europeias e os futuros americanos são negociados em baixa na manhã desta terça-feira, 12. Os integrantes do governo Lula estão dando algumas pistas sobre o famigerado pacote de cortes de gastos que chegou a terceira semana de discussão. Em conversa com jornalistas, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que vai apoiar as propostas e que existe um total alinhamento dentro do governo em relação ao assunto. Já Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social, afirmou que a eficiência e o combate a fraudes em programas sociais já fizeram as despesas previstas de 175 bilhões este ano caírem para 168 bilhões — podendo chegar a 166 bilhões em 2025. O presidente Lula afirmou em entrevista à RedeTv que vai “vencer” o mercado e que “eles falam muita bobagem”. O fato é que o setor público voltou a registrar um déficit de pouco mais de 7 bilhões de reais em setembro. O clima na Faria Lima não é dos melhores. O Ibovespa ficou estagnado e o dólar subiu para os 5,76 reais. Um curioso “efeito Trump” tem interferido nos mercados. O bitcoin ultrapassou a marca dos 82 mil dólares e bateu sua nova máxima história diante impulsionado pelo apoio do presidente eleito aos ativos digitais e pela expectativa de um Congresso composto por legisladores favoráveis ao setor cripto. Já os analistas do UBS-BB cortaram as recomendações para as ações da mineradora Vale diante de um enfraquecimento nos preços do minério de ferro por causa das prováveis retaliações que a China deve sofrer dos EUA no governo Trump. Diego Gimenes entrevista o economista André Perfeito.
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