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A física de George R.R. Martin: um olhar científico sobre o universo de ‘Wild Cards’

Novo estudo publicado no American Journal of Physics, propõe uma análise inovadora do universo ficcional criado pelo autor

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 jan 2025, 17h02 - Publicado em 23 jan 2025, 16h53

Um novo estudo publicado no American Journal of Physics, nesta quinta-feira, 23, propõe uma análise inovadora do universo ficcional de Wild Cards, criado por George R.R. Martin. Em vez de apenas aceitar os superpoderes como fantasia, os pesquisadores exploraram as bases científicas que poderiam sustentar as transformações extraordinárias dos personagens.

O ponto de partida é o vírus “carta selvagem”, que, ao se manifestar em portadores latentes, provoca três resultados possíveis: 90% de fatalidades, 9% de mutações físicas, chamadas “jokers”, 1% de habilidades sobre-humanas, os “aces”.

O estudo desafia essa distribuição aparentemente aleatória, buscando um modelo matemático coerente para explicá-la. Os pesquisadores propõem um modelo polar, com duas variáveis: severidade (S) e ângulo de mistura (θ). A severidade mede o grau de mudança causada pelo vírus, enquanto o ângulo de mistura define a combinação de “joker” e “ace” em cada indivíduo.

A chave para o modelo é a ideia de que o estado de cada portador latente evolui dinamicamente no espaço polar, até que a “carta” se manifeste. Essa evolução é descrita como uma trajetória ergódica, o que significa que, ao longo do tempo, o vetor de estado explora todas as regiões do espaço, o que permite que as probabilidades de cada resultado sejam associadas com o tempo que o vetor de estado passa em diferentes setores do espaço.

O papel da ergodicidade

Essa abordagem permite relacionar a distribuição estatística de resultados virais com a trajetória dinâmica do vetor de estado viral, preservando a regra 90:9:1. O modelo estabelece condições para que a trajetória do vetor de estado gere essa regra, mesmo considerando a existência de “crypto-jokers” e “crypto-aces”, indivíduos com manifestações sutis da doença que não são facilmente identificados.

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A análise culmina na derivação de uma lagrangiana, uma função matemática que resume toda a dinâmica do sistema viral. Essa formulação transforma um problema aparentemente vago em uma expressão concisa da dinâmica clássica. Ou seja, as trajetórias do vetor de estado são obtidas a partir de equações diferenciais derivadas da Lagrangiana. A análise também mostra como a mecânica lagrangiana pode descartar certos modelos para o sistema.

Implicações e próximos passos

O estudo não apenas oferece uma visão científica para um universo ficcional, mas também destaca a flexibilidade dos conceitos físicos em contextos abstratos. Os autores propõem que esse modelo pode ser usado como exercício pedagógico para estudantes avançados de física, incentivando a aplicação de ferramentas matemáticas e físicas em problemas complexos e abertos.

Além disso, a pesquisa aponta algumas questões intrigantes: a necessidade de uma fonte de energia para os poderes dos “aces”; a tensão entre uma baixa taxa de fatalidade por infecção e a existência de “aces” poderosos; a possibilidade de outros modelos com menos parâmetros livres; a possibilidade de realizar experimentos para verificar os modelos.

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