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A humanidade pode até acabar, mas não será neste sábado

Ao contrário do que dizem teorias conspiratórias, a Terra não acabará hoje. Reais ameaças ao planeta existem, mas só devem ocorrer daqui a bilhões de anos

Por Da redação
Atualizado em 23 set 2017, 14h13 - Publicado em 22 set 2017, 19h13
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  • Teorias conspiratórias sugerem que um encontro catastrófico entre a Terra e um corpo celeste misterioso (conhecido como Nibiru ou Planeta X) supostamente iria ocorrer neste sábado, pondo fim à vida no nosso planeta. A tese, criada pelo numerólogo David Maede com base em relações numéricas retiradas de textos bíblicos, já havia sido difundida em 2012 e teve tanta repercussão que um cientista da Nasa precisou ir a público para desmentir toda essa história. Mas, mesmo que uma colisão cósmica apocalíptica não esteja prevista para os próximos dias (na verdade, nem para os próximos séculos), existem fatores que podem ameaçar a vida no nosso planeta. Por sorte, os únicos perigos inevitáveis, segundo os cientistas, devem ocorrer só daqui a bilhões de anos – então não são motivo imediato de preocupação.

    Confira três situações que poderiam levar ao fim da humanidade no futuro:

    Morte do Sol

    O Sol é uma estrela que está mais ou menos no meio de sua vida. Astrônomos da Nasa estimam que o astro tenha vivido até agora cerca de 4,5 bilhões de anos – e teria mais 4,5 bilhões pela frente. Isso significa que, assim como todas as estrelas, ele morrerá um dia.

    O Sol produz energia ao fundir átomos de hidrogênio que ficam no seu núcleo, e quando o hidrogênio acaba, a temperatura do astro aumenta muito e ele se expande em um tipo de “explosão”. Esse processo dá origem ao que os astrônomos chamam de supernova, que seria como os restos da explosão de uma estrela. Conforme o tempo vai passando, esses remanescentes vão perdendo brilho e diminuindo sua temperatura até desaparecerem.

    Como o Sol aumentará muito sua luminosidade durante todo esse processo, ele também vai aquecer mais a superfície da Terra. Isso levaria à evaporação dos oceanos e, consequentemente, extinguiria praticamente todas as espécies que vivem em nosso planeta.

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    Asteroide

    A colisão de um asteroide gigante capaz de ameaçar a vida na Terra, como aquele que extinguiu os dinossauros há 65 milhões de anos, é uma possibilidade que, apesar de muito pequena, preocupa cientistas. A Nasa, por exemplo, possui seu próprio programa de defesa planetária, cujo objetivo é desenvolver tecnologias cada vez mais avançadas de detecção de asteroides e estratégias para barrar uma possível ameaça.

    Em dezembro de 2016, um cientista da agência espacial americana deu uma declaração afirmando que a humanidade ainda não está preparada para evitar uma colisão com uma rocha espacial de dimensões catastróficas que, eventualmente, viesse em direção ao nosso planeta. A sorte é que, segundo os astrônomos responsáveis pelo programa, os céus são monitorados 100% do tempo com dispositivos de alta tecnologia e os dados apontam que não há nenhuma rocha a caminho da Terra no momento. Eles calculam em apenas 0,01% a possibilidade de que algum asteroide “surpresa” que escapou dos radares (algo praticamente impossível de acontecer, considerando que para um objeto oferecer qualquer risco à humanidade ele precisa ter, no mínimo, quilômetros de extensão) venha a colidir com nosso planeta. Então, pelo menos pelos próximos anos, estamos a salvo.

    Bomba atômica

    Se existe algum real motivo para a humanidade se preocupar com seu fim em um futuro próximo, ele se chama guerra nuclear. Um artigo publicado em novembro de 2015 pelos pesquisadores Owen Brian Toon, da Universidade de Colorado, e Alan Robock, da Universidade Rutgers, ambas instituições nos Estados Unidos, estima que se apenas 0,03% do arsenal nuclear global fosse utilizado para travar uma “pequena” guerra nuclear entre dois países, a fumaça produzida no confronto seria tanta que as temperaturas cariam a ponto de afetar a produção agrícola em todo o mundo e ameaçar o abastecimento global de alimentos. “Estudos recentes preveem que a produção agrícola em partes dos Estados Unidos e da China diminuiria em cerca de 20% durante quatro anos e em 10% durante uma década”, escrevem os autores, afirmando que, mesmo anos após o conflito, a humanidade ainda sentiria suas consequências.

    Para se ter ideia, quando os pesquisadores falam de 0,03% do poder nuclear mundial, significa que cada país envolvido na guerra jogaria aproximadamente 50 bombas atômicas do tamanho daquela que atingiu Hiroshima, no Japão, em 1945. “Além disso, haveria enorme perda de ozônio, permitindo que mais radiação ultravioleta atinja a superfície da Terra”, diz o artigo. Os cientistas nem contabilizam, ainda, as mortes causadas no momento da explosão e o impacto que teriam os resíduos radioativos deixados por ela – que, por experiência dos acontecimentos passados, já se sabe que podem permanecer por décadas no ambiente e causar problemas de saúde como câncer e outras doenças.

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