Cada vez mais estudos têm trazido à tona a perspectiva de que a presença e as atitudes do homem têm prejudicado outras formas de vida. Um novo exemplo revelou a enorme ameaça que o ser humano traz ao bem-estar das aves.
Desde 1980, o número de pássaros que habitam as terras agrícolas europeias caiu 55%. Nos últimos dezessete anos, a quantidade foi diminuída em um terço na França, o que representa um nível alarmante de dano ecológico.
A principal culpada, de acordo com uma pesquisa publicada pela National Geographic, é a intensa atividade agrícola, que alterou profundamente os habitats onde essas aves vivem. Não só árvores foram cortadas e substituídas por plantações, mas também os pesticidas usados por agricultores exterminou os insetos que alimentavam esses animais. Assim, as terras se tornaram menos aptas a sustentar todos os tipos de pássaros.
Embora as mudanças mais acentuadas tenham sido observadas em território francês, a América do Norte e a Ásia também perceberam que as aves têm preferido outros lugares para viver.
Outra pesquisa, publicada no Biological Conservation, comprovou que oito espécies raras desse animal podem já ter sido extintas ou estar muito próximas disso. Desse total, três não existem mais em todo o mundo, uma não está presente no ambiente selvagem e quatro estão muito perto de sumir – se é que já não desapareceram.
Um exemplo desses animais é a ararinha-azul, endêmica do Brasil, que ganhou maior notoriedade ao ser retratada no filme de animação Rio, de 2011.
De acordo com a bióloga Luisa Arnedo, da National Geographic Society, pássaros são muito suscetíveis a esse perigo quando enfrentam alterações em seus habitats, uma vez que eles vivem em nichos ecológicos. Isso significa que eles possuem uma alimentação específica, constroem ninhos em locais específicos e assim em diante.
Agora, resta aos agricultores decidirem as melhores formas de reverter o dano causado. Sem as aves, perdemos importantes polinizadores (que ajudam a espalhar árvores, flores e outras plantas pelo planeta), peças essenciais das cadeias alimentares e uma forma de vida insubstituível.