De acordo com um estudo publicado na revista científica Nature, a floresta Amazônica já era alterada em função da atividade humana há 10 mil anos. A pesquisa, focada em uma área onde hoje é o norte da Bolívia, apontou que as pessoas que viviam ali plantavam milho, abobrinha e mandioca.
Essa agricultura primitiva é resultado indireto do fim da última Era do Gelo, que acabou há cerca de 12 mil anos. Seu final levou os povos humanos a adotarem uma cultura sedentária, tornando-se para a agricultura em vez de optar pela caça e coleta.
Assim, há aproximadamente 10 mil anos, cientistas sugeriram, em estudos anteriores, que os povos chineses cultivavam arroz, o Oriente Médio focava nos grãos e as Américas Central e do Sul, junto com o México, preferiam batatas, milho e quinoa. Segundo a nova pesquisa, a região sudoeste da Amazônia pode ser vista como a quinta região-chave da agricultura primitiva da época.
De acordo com as análises mais recentes, a mandioca foi plantada há cerca de 10 350 anos; a abobrinha, há 10 250; e, mais novo ainda, o milho foi cultivado na região há 6 850 anos. Segundo os pesquisadores envolvidos no trabalho, a descoberta é importante por indicar que a Floresta Amazônica, considerada mata virgem até poucas décadas atrás, era habitada há mais de 10 mil anos por pessoas que se aproveitavam de seus recursos — é claro, de forma muito mais inofensiva do que aquela que empregamos hoje.