Dá-se o nome de “evento de ruptura das marés” (TDE, na sigla em inglês) a um fenômeno astronômico raro. Quando uma estrela se aproxima demais de um buraco negro, ela é engolida por ele, causando grandes explosões e, às vezes, liberando quantidades gigantescas de radiação no processo. Tudo isso acontece em um instante, muito difícil de captar por instrumentos que temos em Terra e pelas sondas que percorrem o espaço. Astrônomos do MIT, no entanto, identificaram diretamente um TDE em comprimentos de onda infravermelhos. É uma das primeiras vezes que isso acontece.
A nova explosão também é o evento de perturbação de maré mais próximo observado até o momento: foi encontrada em NGC 7392, uma galáxia que está a cerca de 137 milhões de anos-luz da Terra. Os pesquisadores determinaram que WTP14adbjsh ocorreu em uma galáxia jovem de formação estelar, algo raro, já que a maioria dos TDEs registrados até agora foram encontrados em galáxias mais silenciosas.
O estudo dos cientistas do MIT sugere que as pesquisas convencionais de raios-X e ópticas podem ter perdido TDEs em galáxias formadoras de estrelas porque essas galáxias produzem naturalmente mais poeira que poderia obscurecer qualquer luz vinda de seu núcleo. A pesquisa na banda do infravermelho pode revelar muito mais TDEs anteriormente ocultos em galáxias ativas e formadoras de estrelas.
“Encontrar este TDE próximo significa que, estatisticamente, deve haver uma grande população desses eventos que os métodos tradicionais eram cegos”, diz Christos Panagiotou, pós-doutorando no Instituto Kavli de Astrofísica e Pesquisa Espacial do MIT e primeiro autor da pesquisa. “Portanto, devemos tentar encontrá-los no infravermelho se quisermos uma imagem completa dos buracos negros e suas galáxias hospedeiras.”