Os engenheiros da NASA, conhecidos por suas missões espaciais que exploram os confins do universo, estão agora direcionando seu olhar para um desafio mais próximo de casa: o impacto das mudanças climáticas na Antártida. Em uma nova empreitada, a agência espacial está desenvolvendo uma frota de sondas robóticas subaquáticas para monitorar o derretimento das geleiras e suas possíveis consequências no aumento do nível dos oceanos.
Segundo a Reuters, um protótipo dessas sondas, criado pelo Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, foi testado em março no Ártico. O local escolhido foi um acampamento da Marinha dos Estados Unidos, onde o veículo foi implantado sob as águas congeladas do Mar de Beaufort, ao norte do Alasca.
O objetivo dessas sondas é claro: fornecer dados precisos sobre o ritmo de derretimento das geleiras na Antártida, resultado direto do aquecimento dos oceanos. Com essas informações, os cientistas esperam aprimorar os modelos de previsão para o aumento do nível do mar, que pode ter consequências devastadoras para cidades costeiras ao redor do mundo.
As plataformas de gelo da Antártida, grandes massas de água doce congelada que se estendem da terra para o mar, funcionam como barreiras naturais que impedem o deslizamento rápido das geleiras para o oceano. Contudo, essas estruturas estão em perigo. Uma análise recente da equipe de pesquisa revelou que desde 1997, a Antártida perdeu cerca de 12 trilhões de toneladas de gelo, o dobro do que se estimava anteriormente. Se esse derretimento continuar até o ponto de colapso total, o nível dos oceanos pode subir até 60 metros, um cenário catastrófico para várias metrópoles globais.
O futuro dessas plataformas de gelo foi o tema central de um encontro que reuniu cerca de 1.500 especialistas no sul do Chile para a 11ª conferência do Comitê Científico de Pesquisa da Antártida. Imagens de satélite mostram que a camada externa das plataformas está se desprendendo e formando icebergs em uma velocidade alarmante, mais rápida do que a capacidade da natureza de repor o gelo perdido. Além disso, o aumento da temperatura dos oceanos está corroendo essas estruturas por baixo, um fenômeno que os cientistas esperam entender melhor com a ajuda das sondas IceNode.