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Cientistas decifram DNA mais antigo de egípcio e revelam vida na época das pirâmides

Sepultado há 4.800 anos em um vaso cerâmico, homem apresentava artrite severa e desgaste nos dentes, sinais de uma vida marcada por trabalho intenso

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 4 jul 2025, 13h00

Pela primeira vez, cientistas conseguiram sequenciar o genoma completo de um indivíduo que viveu no Egito há cerca de 4.800 anos — no auge da construção das primeiras pirâmides. Os restos mortais pertencem a um homem adulto enterrado em uma tumba escavada na rocha na antiga cidade de Nuwayrat, a cerca de 265 quilômetros ao sul do Cairo. O corpo estava dentro de um grande vaso de cerâmica, um tipo de sepultamento reservado às classes sociais mais altas na época.

Com altura estimada entre 1,57 m e 1,60 m, o homem teria morrido entre os 44 e 64 anos — uma idade avançada para o período. Análises dos ossos revelaram sinais severos de artrite e desgaste nos dentes, indicando uma vida de trabalho intenso. As evidências sugerem que ele poderia ter sido um oleiro habilidoso, profissão que normalmente não receberia esse tipo de enterro de prestígio. Isso levanta a hipótese de que o indivíduo alcançou uma posição social elevada por seu talento ou sucesso incomum.

O que o DNA revelou sobre as origens do indivíduo?

De acordo com o estudo publicado na revista Nature, cerca de 80% do genoma do homem corresponde a linhagens do norte da África, enquanto os 20% restantes têm origem no Crescente Fértil — região que engloba partes do atual Iraque, Irã e Turquia, onde floresceu a civilização mesopotâmica. Essa é a primeira evidência genética direta de migração entre a Mesopotâmia e o Egito durante o período dinástico inicial.

Os pesquisadores afirmam que o Rio Nilo pode ter funcionado como uma “superestrada” para o trânsito não só de bens e ideias, mas também de pessoas. A descoberta reforça o que já vinha sendo sugerido por evidências arqueológicas: o Egito antigo não era uma civilização isolada, mas sim um ponto de convergência entre diferentes culturas do Oriente Próximo.

Por que essa descoberta é importante?

O clima quente e seco do Egito costuma dificultar a preservação de material genético. Até agora, os únicos genomas sequenciados de múmias egípcias eram de períodos bem mais recentes. A nova análise foi possível graças à conservação excepcional do esqueleto — abrigado dentro de um pote funerário selado — e ao uso de técnicas genéticas avançadas, que permitiram excluir contaminações modernas.

Com essa primeira amostra completa de DNA de um egípcio da época das pirâmides, os cientistas esperam abrir caminho para novos estudos genéticos que ajudem a entender, com mais precisão, quem foram os construtores do Egito antigo. Segundo os autores, o achado oferece uma oportunidade única para rastrear os fluxos migratórios que moldaram uma das civilizações mais influentes da história.

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