Cientistas descobrem vulcão gigante escondido em Marte
A formação permaneceu oculta por cinco décadas, embora escondida à vista de todos
Cientistas finalmente descobriram um vulcão há muito procurado em Marte. Apesar da busca demorada, o esconderijo do gigante acalorado não era tão oculto quanto parecia. Ele estava ao lado de uma grande geleira enterrada a leste do planeta vermelho. A descoberta foi possível graças a imagens capturadas por uma espaçonave, que revelaram que a estrutura se estende por mais de 9 mil metros e cobre uma área de cerca de 450 km. Apesar das dimensões, a formação permaneceu oculta por décadas, embora escondida à vista de todos, sob camadas de erosão concentradas em uma das regiões mais estudadas de Marte.
A importância dessa descoberta vai além do fascínio científico. A presença do vulcão ao lado da geleira oferece uma oportunidade única para estudar a evolução geológica de Marte. “Esta área de Marte é conhecida por ter uma grande variedade de minerais hidratados que abrangem um longo período da história marciana. Há muito que se suspeitava de um cenário vulcânico para estes minerais. Portanto, pode não ser muito surpreendente encontrar um vulcão aqui”, explicou Sourabh Shubham, estudante de pós-graduação do Departamento de Geologia da Universidade de Maryland e coautor do estudo que revelou a formação. Curiosamente, os pesquisadores estavam examinando as formações geológicas do planeta quando se depararam com a geleira. Ao final, perceberam que as camadas de gelo, na verdade, protegiam o enorme vulcão.
Os vestígios de uma caldeira vulcânica desmoronada e a presença de minerais hidratados sugerem uma longa história de atividade vulcânica e interação com água e gelo, alimentando a especulação sobre a possibilidade de vida passada ou presente no planeta vermelho.
Embora a descoberta revele pistas importantes sobre a história geológica de Marte, alguns mistérios permanecem insolucionáveis. Os cientistas, por exemplo, ainda não conseguem determinar com precisão quando o vulcão esteve ativo pela última vez, nem se ele ainda é capaz de entrar em erupção.
A descoberta, no entanto, oferece uma janela para o passado de Marte, além de apontar para locais promissores para futuras missões robóticas e, possivelmente, humanas. Com o gelo ainda preservado perto da superfície em uma região equatorial relativamente quente de Marte, o local se torna especialmente atraente para a pesquisa científica e a busca por sinais de vida extraterrestre.