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Cientistas registram maior fusão de buracos negros já visto

Evento cósmico, detectado através de ondas gravitacionais, resultou na formação de um novo objeto celeste

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 jul 2025, 16h10

Cientistas dos Estados Unidos e do Reino Unido anunciaram a maior fusão de buracos negros massivos já registrada, um evento que resultou na formação de um novo buraco negro de massa sem precedentes. A descoberta, feita através da detecção de ondas gravitacionais, está reescrevendo nossa compreensão sobre a formação desses objetos celestes.

Catalogado como GW231123, o fenômeno foi observado em 23 de novembro de 2023, às 14h (horário do Reino Unido). Os dados foram coletados pela colaboração internacional de observatórios de ondas gravitacionais, incluindo o LIGO (Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro a Laser) nos Estados Unidos (em Hanford e Livingston), o Virgo na Itália e o KAGRA no Japão.

A colisão ocorreu a cerca de 10 bilhões de anos-luz da Terra. As perturbações no espaço-tempo, que duraram apenas um décimo de segundo ao chegar aos nossos detectores, indicam a união de dois buracos negros com massas de aproximadamente 100 e 140 vezes a massa do Sol. Antes da fusão, esses gigantes orbitavam um em torno do outro em velocidades altíssimas.

A fusão resultou em um buraco negro colossal de cerca de 225 vezes a massa do Sol. Essa massa é particularmente significativa porque supera o recorde anterior, o evento GW190521 (com uma massa total de 140 massas solares), e coloca o novo buraco negro em uma faixa de massas que os modelos teóricos atuais não esperavam que existisse. Os cientistas levantam a hipótese de que esses buracos negros de massa excepcional e rotação rápida podem ser o resultado de fusões anteriores, indicando uma história de formação complexa.

As ondas gravitacionais são ondulações no espaço-tempo, geradas por eventos cósmicos de extrema violência, como a colisão de buracos negros. Apesar de terem sido previstas por Albert Einstein há mais de um século, sua primeira detecção ocorreu somente em 2015, pelo LIGO. Ao chegarem à Terra, essas vibrações são incrivelmente sutis, causando distorções milhares de vezes menores que a largura de um próton.

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Os dados detalhados da fusão GW231123 serão disponibilizados para análise por outros pesquisadores. A descoberta será formalmente apresentada na conferência científica GR-Amaldi em Glasgow, Escócia, entre os dias 14 e 18. Com detectores ainda mais avançados planejados para os próximos 10 a 15 anos, os cientistas esperam que novas surpresas sejam reveladas, aprofundando ainda mais nossa compreensão do universo.

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