Após anos de atrasos e bilhões de dólares em estouros de custos, o foguete Sistema de Lançamento Espacial (SLS, na sigla em inglês) decolou na manhã desta quarta-feira, 16, do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, atingindo 160 quilômetros por hora em segundos. A cápsula Orion leva três bonecos de teste e, se tudo correr bem durante o voo de três semanas, ela será lançada em uma órbita ao redor da Lua e depois retornará à Terra em dezembro. “É um ótimo dia”, disse o administrador da NASA, Bill Nelson.
Foram quase três meses de problemas que impediram o lançamento do SLS, além de seguidos furacões na região da Flórida, como Ian e Nicole. Embora o eventos tenham causado alguns danos, os gestores da Nasa deram luz verde para o lançamento. Estima-se que 15.000 pessoas lotaram o local de lançamento, com milhares mais ao longo das praias e estradas do lado de fora dos portões.
Foi a terceira tentativa de lançamento da missão. A primeira, em 29 de agosto, foi adiada após a constatação de defeito em um sensor de temperatura. O outro adiamento foi em 4 de setembro, ao ser identificado um vazamento de hidrogênio líquido em uma interface entre o foguete e o lançador móvel.
A Nasa chegou a cogitar um lançamento no dia 12. No entanto, problemas causados pelo Furacão Nicole em uma vedação – entre uma ogiva do sistema de aborto de lançamento e um adaptador do módulo da tripulação – fez com que a partida fosse novamente adiada antes mesmo de a contagem regressiva ser iniciada.
O programa prevê missões não tripuladas e tripuladas nos próximos anos. A iniciativa está sendo implementada em um período de grandes avanços na exploração do espaço, marcado pela descoberta de moléculas de água em solo lunar e por missões tecnológicas para o planeta Marte.
A primeira viagem não tripulada da Artemis I marca uma série de testes na órbita da Lua, tanto em relação aos equipamentos quanto à cápsula Orion, que deve levar até quatro astronautas na segunda etapa da missão, prevista para ocorrer até 2026.
A missão pretende ampliar a atuação no sistema solar, de forma a construir uma base lunar permanente, sustentável e fazer com que a Lua seja um ponto de apoio para projetos em Marte.
O voo de volta à Lua, organizado pela Nasa em parceria com 21 países, entre os quais, o Brasil, representa o retorno ao satélite 50 anos após a última viagem tripulada, em 1972, com a Missão Apolo.
(Com Agência Brasil)