Da Lua, espaçonave capta visão de eclipse solar antes de pouso malsucedido
Missão seria a primeira de caráter comercial a pousar no satélite natural, mas equipe perdeu o contato com a sonda durante alunissagem
Na última terça-feira, 25, a empresa privada ispace perdeu contato com a nave ao tentar fazer pouso inédito de uma missão comercial em solo lunar. Antes da tentativa malsucedida, no entanto, a Hakuto-R M1 orbitou o satélite por quase um mês e fez a sua própria versão da fotografia do nascer da Terra visto da Lua – a primeira foi tirada em 1968, pela Apollo 8.
A versão japonesa da foto ainda contou com uma surpresa. Ela capturou o momento em que um eclipse solar ocorria na Terra, próximo a Oceania, o que pode ser evidenciado por uma grande sombra que o satélite faz sobre o planeta. O evento raro foi visto na Austrália e em parte da Ásia.
Quando sobrevoava a Lua, as câmeras a bordo da nave também captaram imagens próximas do solo lunar, onde as crateras características dessa superfície, assim como suas sombras, podem ser vistas com clareza. O borrão amarelo que aparece na foto é parte da nave.
Missão Comercial à Lua
A Hakuto-R M1 foi lançada por um foguete Falcon 9, da SpaceX, em dezembro de 2022, e deveria ser a primeira missão comercial a pousar na Lua.
Na última etapa da missão, contudo, quando os motores deveriam desligar e a alunissagem deveria acontecer, o contato com a nave foi perdido. Em nota divulgada nesta quarta-feira (26) a equipe afirma acreditar que, durante o pouso, o combustível dos propulsores acabou, o que teria causado uma queda brusca que provocou a perda de conexão.
O sucesso da alunissagem demonstraria a capacidade da agência de levar cargas ao solo lunar de maneira acessível. Os três robôs a bordo da espaçonave, um da agência espacial dos Emirados Árabes e dois robôs da Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa (JAXA), deveriam explorar o solo e a geologia de um local ainda desconhecido pelos humanos, a cratera Atlas, no terreno lunar conhecido como Mar do Frio.
Os estudos que estavam planejados para durar duas semanas, até que o território explorado entrasse em sua fase noturna, poderia facilitar o desenvolvimento de tecnologias para veículos lunares autônomos e permitir a melhor compreensão de como futuras viagens poderiam ficar mais baratas, através da utilização do solo para construir bases ou extrair água e oxigênio.
Além dessa, três outras missões comerciais foram agendadas para ir à Lua ainda em 2023. Até agora, apenas projetos governamentais conduzidos por Estados Unidos, União Soviética e China haviam visitado o satélite.