Dez das descobertas científicas mais curiosas de 2024
Revelações incluíram 'peixes alienígenas', descobertas astronômicas, âmbar e cura da cegueira

O ano de 2024 foi bem cheio para o noticiário, com guerras e disputas políticas dando o tom das manchetes. Isso não impediu, contudo, que a ciência seguisse apresentando progressos, provando que, independentemente das dificuldades, sempre haverá espaço para as descobertas mais curiosas e surpreendentes.
Entre peixes alienígenas e maravilhamentos astronômicos, VEJA garantiu, ao longo do ano, que os resultados mais importantes chegassem aos leitores e, agora, trazemos dez das descobertas mais mais fascinantes divulgadas por aqui.
Pesquisadores encontram âmbar na Antártica: o que isso significa?
Um artigo científico publicado em novembro, no periódico Antarctic Science, revelam a descoberta de fragmentos de âmbar na Antártida. Essa resina fóssil é mais comumente encontrada em locais tropicais e, nesse local, serviu para revelar que esse local teve um extenso ecossistema florestal há cerca de 90 milhões de anos, quando a Terra passava por um período de aquecimento extremo.

Feitiço mais antigo já registrado é realizado até hoje por aborígenes
Ao investigar a caverna de Cloggs, na Austrália, pesquisadores da Universidade Monash em parceria com povos indígenas descobriram evidências de um feitiço realizado há 10 mil anos. O mais interessante, contudo, é que esse mesmo ritual de cura é realizado até hoje, sugerindo ser esse o mais antigo ritual transmitido culturalmente já descoberto pela ciência.
Espécies de aparência alienígena são vistas pela primeira vez no oceano
Uma expedição realizada na zona Clarion-Clipperton lançou luz sobre uma diversidade de espécies marinhas completamente desconhecidas pela ciência. Afeitas a viver em regiões de completa escuridão, a mais de 3.500 metros de profundidade, elas te aparência peculiar, diferente de tudo o que já foi visto na Terra. O achado chamou especial atenção por ser um local de grande interesse para mineração.

Paleontólogos e arqueólogos brasileiros ganham destaque internacional
No último dia 2 de novembro, o paleontólogo Antônio Álamo Feitosa Saraiva, professor da Universidade Regional do Cariri, no Ceará, foi prestigiado com o prêmio Morris F. Skinner, conhecido como o Oscar dessa área de pesquisa. Mas a conquista não se encerra nele. Junto ao mestre, diversos outros especialistas brasileiros, como Daniel Sedorko, Walter Neves e Niède Guidon também tem recebido destaque por suas investigações históricas.
Ciência avança na prevenção ao HIV
Reconhecida pela Science como a principal conquista científica do ano, uma pesquisa conseguiu provar a eficácia do lenacapavir em promover 100% de proteção contra o HIV a um grupo de indivíduos tratados com duas doses anuais dessa droga. No futuro ela poderá funcionar como Profilaxia Pré-Exposição para ajudar a eliminar a transmissão do vírus. Ao mesmo tempo, uma série de outras pesquisas conseguiram avançar em pesquisas que poderão possibilitar o desenvolvimento de uma vacina para essa doença.

Um salto para a humanidade: a nova revolução do James Webb
Em 2024, o telescópio espacial James Webb completou dois anos desde o inicio do seu funcionamento. Em julho, para celebrar o feito, VEJA fez reportagem para levantar os principais avanços proporcionados por essa nova ferramenta.
Pela primeira vez na história, cientistas revertem a cegueira com o uso de células-tronco
Essa é das mais recentes. Em um artigo publicado no renomado periódico The Lancet, pesquisadores japoneses tornaram pública uma conquista inédita: pela primeira vez, conseguiram utilizar células tronco para curar a cegueira. A conquista foi provada em três pessoas diferentes, que tinham danos severos na córnea, e reacendeu os debates a respeito dos usos potenciais dessa terapêutica promissora.

Maior ninhada do século traz esperança para espécie em risco de extinção
No Camboja, após um extenso esforço de conservação, ambientalistas comemoraram efusivamente a eclosão de 60 ovos de um crocodilo siamês. Essa era a maior ninhada deste século para a espécie e foi recebida com felicidade por jogar esperança contra a extinção desse réptil nativo do sul asiático.

Inteligência artificial ganha espaço no prêmio Nobel
O prêmio Nobel de 2024 surpreendeu ao anunciar dois prêmios que jogaram luz sobre a importância das inteligência artificiais. Embora a academia sueca de ciências tenha garantido que a duplicidade foi mera coincidência, a láurea de Física celebrou John J. Hopfield, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e Geoffrey E. Hinton, da Universidade de Toronto, por desenvolverem a arquitetura de aprendizado de máquina, enquanto o de Química honrou David Baker, da Universidade de Washington, e os britânicos Demis Hassabis e John M. Jumper, do Google DeepMind, pelo desenvolvimento de ferramentas de design e predição de proteínas humanas.

Starship, maior foguete do mundo, tem sucesso em voos teste
Após anos de atraso, o Starship, maior foguete do mundo construído pela SpaceX, de Elon Musk, conseguiu finalmente completar com sucesso dois testes de lançamento. Enquanto o primeiro deu uma volta completa em torno da Terra, sem imprevistos, o segundo foi bem-sucedido em conseguir fazer o módulo de lançamento retornar com sucesso e pousar, como um espetáculo de balé.
