A Agência Espacial Europeia (ESA, da sigla em inglês) divulgou nesta quarta-feira imagens da estação espacial chinesa Tiangong-1, que deve cair na Terra entre o começo da tarde de 31 de março e a tarde de 1º de abril, após o fim de sua vida operacional. As estimativas de dia e horário da queda, porém, têm variado bastante e ainda podem mudar.
As imagens foram captadas via radar pelo instituto de pesquisa alemão Fraunhofer FHR na semana passada, quando a estação espacial estava a uma altitude aproximada de 270 quilômetros. Agora, a ESA estima que a estação esteja a uma altitude de 200 quilômetros.
A nave deve atingir algum ponto do nosso planeta entre 43° Norte e 43° Sul. Os locais mais prováveis para a queda são o centro da Itália, o norte da Espanha, uma parte da China ou do Oriente Médio, o norte dos Estados Unidos, a Nova Zelândia, a Tasmânia e o sul da América do Sul (Argentina e Chile). Todas as áreas acima ou abaixo dessa latitude estão descartadas, afirma a ESA, pois não fazem parte da rota da nave – ainda assim, os territórios entre esses limites (incluindo o Brasil) correm um pequeno risco.
A chance de a estação ou seus detritos acertarem uma pessoa, no entanto, é muito pequena, asseguram pesquisadores, porque a maior parte da nave vai se desintegrar ao passar pela atmosfera. Mesmo partes que não venham a se desintegrar dificilmente acertarão alguém. O Aerospace Corporation, instituto americano que fiscaliza atividades espaciais, afirma que “a probabilidade de uma pessoa aleatória ser atingida pelos destroços da Tiangong-1 é um milhão de vezes menor do que a de ganhar no Powerball (um jogo de loteria típico dos EUA)”.
O veículo espacial tem 12 metros de comprimento e 3,3 metros de diâmetro. Lançada em 2011, está desocupada desde 2013 e o Centro Nacional de Administração Espacial da China admitiu ter perdido o controle da espaçonave em março de 2016.
O satélite
Taingong-1 foi alvo de diversas missões, com e sem tripulação, desde que foi lançado, em 2011. O módulo deveria ter sido derrubado de forma segura em 2013, mas continuou em operação até março de 2016, quando a China admitiu ter perdido o controle da nave, acrescentando que não conseguiria controlar a sua reentrada na atmosfera.
O satélite, no entanto, não é o maior objeto espacial fabricado pelo homem que já caiu na Terra. Esse título ainda é ocupado pela Estação Espacial MIR, da agência espacial russa, que tinha massa de 120.000 quilos e caiu no Pacífico Sul, em março de 2001. Em comparação, a Tiangong-1 tem apenas 8.500 quilos.
Especialistas afirmam, ainda, que será possível observar a reentrada do satélite na atmosfera, mesmo de dia, se o clima estiver favorável. Várias linhas brilhantes devem aparecer cruzando o céu em uma mesma direção. “Como o objeto é grande, serão vistos vários riscos juntos na reentrada, sendo que alguns deles poderão atingir o solo”, afirma a Agência Espacial Brasileira.
O portal SATVIEW, desenvolvido pelo Brasil em parceria com Portugal e os Estados Unidos, permite acompanhar a localização do satélite em tempo real.