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‘É preciso investir muito’, diz Beatriz Barbuy sobre pesquisas científicas no Brasil

Astrofísica do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP será homenageada no simpósio da União Astronômica Internacional, em Paraty

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 nov 2024, 10h40 - Publicado em 16 nov 2024, 08h25
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  • Quais foram os principais avanços da astronomia nas últimas décadas? O principal foi a energia escura (forma hipotética de energia que tende a acelerar a expansão do universo). Des­co­bri­ram-­na nos anos 2000 e, desde então, tudo mudou, de modo acelerado. Há uma astronomia antes e uma depois desse momento. A matéria escura, aventada nos anos 1940, e depois confirmada nos anos 1970, também teve papel de relevo. Além disso, houve as descobertas sobre a evolução das galáxias e o refinamento da espectroscopia, que nos permite estudar a química do universo distante — basicamente, é o que eu estudo e pesquiso. Por último, e não menos decisivo, tivemos a descoberta de planetas fora do sistema solar. O primeiro foi descrito em 1995 e hoje há mais de 7 400 catalogados.

    Ferramentas poderosas, como o telescópio James Webb, com suas variadas frentes de investigação, reescrevem a ciência? Sem dúvida, por permitirem descobertas vitais sobre os primórdios do universo. O James Webb já detectou grandes galáxias e grandes buracos negros nos primeiros anos depois do Big Bang. Essas evidências se somam a outras, reveladoras de que a idade do universo pode ser maior do que imaginávamos. Nada definitivo, no entanto, porque ainda faltam provas.

    O prêmio concedido à senhora representaria a entrada do Brasil em um jogo de times grandes? O Bra­sil tem muitos astrônomos com visão privilegiada, mas temos pouco acesso a bons dados. A astronomia tem uma característica fundamental: ou se faz ciência de ponta, ou não interessa. É pre­ciso estar na vanguarda das investigações científicas.

    E como fazer com que a pesquisa brasileira se expanda? As parcerias internacionais poderiam ajudar, não há dúvida. A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), em especial, e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) têm contribuído, mas é preciso investir muito mais e incluir outras agências de fomento.

    Como a senhora decidiu pela trilha das estrelas? Na adolescência, sonhei em ser psicóloga. Aí li toda a obra do Freud. Pensei que ficaria maluca com aquele negócio. Mas peguei de meu irmão um livro, Um, Dois, Três… Infinito, e então tive certeza do que faria na minha vida. Como mulher, sempre soube que tinha de ser melhor do que todo mundo para ter espaço. Mas na física e matemática é ainda pior.

    Publicado em VEJA de 15 de novembro de 2024, edição nº 2919

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