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Especial: O planeta pede água

A má gestão e o descuido estão na gênese de uma das marcas de nosso tempo — a crise hídrica e a imundície dos oceanos. Mas ainda há tempo para uma reversão

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 mar 2018, 06h00 - Publicado em 18 mar 2018, 06h00
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  • Parte do globo vive a escassez no dia a dia, enquanto a outra releva a preciosidade ao seu dispor. O impasse poderá intensificar as mudanças no clima, os conflitos sociais e gerar custos à população. A boa notícia é que há tempo para mudar,

    No mundo, 844 milhões de pessoas não têm água potável. Enquanto algumas regiões do planeta se adaptaram ao cotidiano de escassez, aquelas acostumadas à abundância, como no Brasil, começaram a suar com os efeitos do descaso. Reportagem especial de VEJA mostra como a água doce, de rios e lagos, vem sendo afogada ao se tornar depósito de toneladas de lixo e esgoto, o que coloca em risco a saúde de milhares de pessoas sem acesso a saneamento básico.

    Falar em “guerra de água” ainda é precoce, mas regiões críticas, como África e Oriente Médio, estão em ebulição e vivem exemplos diários de conflitos que podem ganhar escala global. No Brasil, a crise hídrica na região Sudeste foi um banho gelado na população acostumada a nadar de braçadas na ilusão de reservatórios infinitos. Na página 82, a reportagem mostra como a Sabesp, empresa de água e saneamento da região metropolitana de São Paulo, incentivou a mudança de hábitos com um desconto na conta. Seja a poluição ou o desperdício, o que acontece em terra desemboca no mar. Apesar da imensidão dos oceanos, chegou a hora de olharmos para as águas salgadas. A ONU declarou que a década de 2020 será dedicada a elas e o Brasil pode se tornar referência na conservação marinha.

    O Fórum Mundial da Água, sediado em Brasília entre os dias 18 a 23 de março, terá mais de 200 painéis para discutir esses desafios. O aumento da população, a intensificação das mudanças climáticas e a redução em 40% da oferta de água até 2030 são problemas reais. A hora de resolvê-los é agora, antes que o mundo passe sede.

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