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Estrela explode duas vezes antes de morrer e deixa rastro cósmico inédito

Pela primeira vez, cientistas observam vestígios de uma supernova com duas explosões, revelando pistas inéditas sobre a expansão do universo

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 jul 2025, 12h40

Por séculos, os restos de uma estrela destruída ficaram pairando no espaço como uma cicatriz brilhante no céu. Agora, graças ao telescópio Very Large Telescope (VLT), no Chile, cientistas identificaram o que aconteceu ali: foi uma supernova do tipo Ia — uma das explosões mais poderosas do cosmos — que ocorreu de forma surpreendente. Em vez de apenas um colapso repentino, como se pensava, a estrela explodiu duas vezes antes de se desfazer completamente.

Esse fenômeno raro, chamado de “dupla detonação”, foi detectado nos restos da supernova SNR 0509-67.5, localizados na galáxia vizinha Grande Nuvem de Magalhães. A descoberta foi publicada nesta terça-feira (2) na revista Nature Astronomy.

Por que essa explosão é diferente das outras?

Supernovas do tipo Ia são geradas por anãs brancas — estrelas pequenas e densas que restam após o fim da vida de estrelas como o nosso Sol. Normalmente, elas explodem quando acumulam muita matéria de uma estrela companheira, atingindo um limite de massa conhecido como “massa de Chandrasekhar”. Mas neste caso, a detonação aconteceu antes desse ponto.

Segundo os pesquisadores, a anã branca envolveu-se com uma camada de hélio roubada da estrela vizinha. Quando essa camada externa explodiu, desencadeou uma segunda explosão no núcleo da estrela. O rastro deixado por esse processo pôde ser identificado na forma de duas conchas distintas de cálcio espalhadas pela nebulosa — uma assinatura visual que só poderia ser explicada por esse tipo específico de morte estelar.

A descoberta ajuda a entender por que essas supernovas têm sempre o mesmo brilho, o que faz delas uma ferramenta importante para medir distâncias no universo. Foi com base nessas explosões que cientistas identificaram a aceleração da expansão do cosmos — um achado que rendeu o Nobel de Física em 2011. Agora, com essa imagem inédita, os astrônomos finalmente têm uma peça visual que comprova o que antes era apenas hipótese.

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