Uma pesquisa publicada no último dia 15 no periódico científico Nature Communications revelou que os cérebros de pessoas acostumadas com a solidão não são exatamente iguais aos de indivíduos menos solitários. Em tempos de isolamento causado pela pandemia, entender a solidão e como ela afeta a saúde pode ser de extrema importância.
Uma equipe de cientistas baseou o estudo na análise de exames de imagem, dados genéticos e avaliações psicológicas de aproximadamente 40 mil adultos, comparando as informações de pessoas solitárias às informações de pessoas não solitárias. Como resultado, eles descobriram que há variações no volume cerebral e na comunicação entre partes do cérebro nos indivíduos habituados à solidão.
De acordo com os pesquisadores, a maior parte das diferenças foi encontrada na área do cérebro responsável por lembranças, planejamento, pensamento sobre outras pessoas, etc. Os indivíduos solitários apresentaram ligações mais fortes entre essas porções do cérebro, além de possuírem maiores volumes de matéria cinzenta nessas regiões.
A ideia por trás dos achados é de que a ausência de experiências sociais ocasionada pela solidão faça com que a pessoa dirija seus pensamentos ao ambiente interno, imaginando ou lembrando de ocasiões sociais. Assim, o maior uso desses mecanismos pode causar as peculiaridades observadas, já que o solitário fortaleceria mais essa região do cérebro.