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Gregos descobrem sítio arqueológico de mais de 700 mil anos em área mítica

Novas evidências retrocedem arqueologia grega em 750 mil anos e ajudam a recontar a história da evolução humana

Por Marília Monitchele Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 3 jun 2023, 08h30

No interior de uma mina de carvão no sul da Grécia, arqueólogos encontraram uma relíquia da humanidade: o sítio arqueológico mais antigo do país. A descoberta, que data de 700 mil anos atrás, está associada aos ancestrais hominídeos dos humanos modernos. O achado retrocede o início da arqueologia grega em até 750 mil anos. Embora não seja o sítio arqueológico mais antigo do mundo, que é espanhol e data de mais de um milhão de anos, ainda é uma traz aspectos incríveis da história humana. 

No local, que foi um entre cinco investigados na área de Megalópolis, continha ferramentas simples de pedra bruta afiada do período Paleolítico inferior, que durou de 3,3 milhões de anos até 300 mil anos atrás. O material possivelmente foi usado para abater animais, processar madeira e outras matérias vegetais. Além disso, foram encontrados restos de uma espécie extinta de veado gigante, elefantes, rinoceronte, hipopótamo e um macaco. 

A hipótese dos pesquisadores é de que essas ferramentas tenham sido utilizadas por Homo antecessor, espécie de hominídeo que viveu há cerca de 1,4 milhões de anos e perdurou, pelo menos, até cerca de 800.000 anos, sendo considerado o hominídeo mais antigo da Europa. Acredita-se que o Homo antecessor tenha sido o último ancestral comum dos humanos modernos e seus primos neandertais extintos, que divergiram até o desaparecimento dos primeiros. Mas ainda são necessárias análises mais profundas nos registros encontrados para confirmar esses dados. 

A descoberta pode trazer novas informações sobre a importância da Grécia no movimento de migração de hominídeos para outras regiões da Europa, além de ajudar a retraçar a história evolutiva humana como um todo. Outro locais investigados na área de Megalópolis, no sul da península do Peloponeso – onde mais tarde seriam fundadas as cidades de Micenas, Olímpia e Pilos – tinham os restos mais antigos do Paleolítico Médio encontrados na Grécia, datados de aproximadamente 280.000 anos atrás. Os arqueólogos acreditam que a região pode ter desempenhado um papel importante na indústria de pedra na Europa. 

Essa região é conhecida há muito tempo como uma área prolífica para fósseis e, nos tempos antigos, enormes ossos pré-históricos desenterrados ali estavam ligados aos mitos gregos de uma raça de gigantes há muito desaparecida que lutou contra os deuses do Olimpo. Alguns escritores antigos citaram Megalópolis como o local de uma grande batalha nessa guerra sobrenatural.

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