Um porta-voz da OceanGate Expeditions confirmou ao jornal The New York Times que Stockton Rush, seu executivo-chefe da empresa, pilotava o submersível que está desaparecido no Atlântico Norte, na região onde estão depositados os destroços do Titanic, naufragado em 1912. Com essa confirmação, os cinco ocupantes foram identificados.
Oficiais da Guarda Costeira dos EUA disseram que a busca cobrindo 26.000 quilômetros quadrados não revelou sinais da embarcação perdida, Titan, propriedade da OceanGate, mas eles planejam continuar procurando. A expectativa é que os tripulantes, cinco pessoas, tenham poucas horas de ar restantes.
As autoridades informaram que iniciaram as buscas no domingo, dia 18, à noite, em águas cerca de 700 quilômetros ao sul de St. John’s, Newfoundland. Estavam a bordo um piloto, um britânico, um empresário paquistanês e seu filho, além de outro passageiro. “É uma área remota, o que torna a busca um desafio”, disse o contra-almirante John Mauger, comandante da Guarda Costeira dos EUA, envolvido na força-tarefa. A embarcação submarina tinha um suprimento de oxigênio de 96 horas quando foi colocado no mar.
O quebra-gelo canadense Polar Prince, que estava apoiando o Titan, teria perdido contato com o submersível cerca de uma hora e 45 minutos depois de submergir, no domingo, às 6h. O navio continuará a fazer buscas na superfície durante a noite e as aeronaves canadenses de reconhecimento Boeing P-8 Poseidon retomarão suas buscas na superfície e no subsolo pela manhã, informou a Guarda Costeira dos EUA no Twitter. Duas aeronaves americanas, Lockheed C-130 Hercules ,também realizaram sobrevoos.
A Guarda Costeira disse na segunda-feira que havia um piloto e quatro “especialistas de missão” a bordo. A OceanGate disse que seu foco está nas pessoas a bordo e em suas famílias. “Estamos profundamente gratos pela ampla assistência que recebemos de várias agências governamentais e empresas de alto-mar em nossos esforços para restabelecer o contato com o submersível”, afirmou em comunicado à imprensa.
O empresário britânico Hamish Harding, que mora em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, foi um dos especialistas da missão, segundo a Action Aviation, empresa da qual ele é presidente. Harding é um aventureiro bilionário que detém três Guinness World Records, incluindo a maior duração em profundidade total do oceano por um navio tripulado.
Também a bordo estão os paquistaneses Shahzada Dawood e seu filho Suleman, de acordo com um comunicado da família. Os Dawoods pertencem a uma das famílias mais proeminentes do Paquistão. Sua empresa homônima investe em todo o país na agricultura, na indústria e no setor de saúde. O empresário também faz parte do conselho de administração do Instituto Seti, com sede na Califórnia, que busca inteligência extraterrestre.
A expedição foi a terceira viagem anual da OceanGate a registrar a deterioração do Titanic, que atingiu um iceberg e afundou em 1912, matando quase 700 dos cerca de 2.200 passageiros e tripulantes. O grupo inicial de turistas em 2021 pagou de 100.000 a 150.000 dólares cada um para ir na viagem. O site da OceanGate descreveu a “taxa de apoio à missão” para a expedição de 2023 como 250.000 dólares por pessoa.
Em nota enviada a VEJA, a OceanGate disse que não conseguiu estabelecer comunicação com o veículo de exploração submersível que está visitando o local do naufrágio do Titanic: “Todo o nosso foco está no bem-estar da tripulação e todas as medidas possíveis estão sendo tomadas para trazer os cinco tripulantes de volta com segurança. Somos profundamente gratos pela assistência urgente e extensa que estamos recebendo de várias agências governamentais e empresas de águas profundas enquanto buscamos restabelecer contato com o submersível. Rezamos pelo retorno seguro da tripulação e dos passageiros e forneceremos atualizações assim que estiverem disponíveis”.