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Japão se prepara para liberar água contaminada de Fukushima no mar

Plano prevê tratamento do líquido, diluição a níveis seguros e despejo gradual que acontecerá ao longo de décadas

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 Maio 2023, 11h37

Um grupo de especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (IEAE) chegou, nesta segunda-feira, 29, a Fukushima para uma revisão final dos planos do Japão para liberar, no mar, a água que ficou acumulada nos tanques da usina ao longo dos últimos 12 anos. 

Em 2011, um terremoto e um violento tsunami atingiram a central nuclear da cidade, comprometendo seu sistema de refrigeração. O acidente fez com que os reatores derretessem, o que causou um grande vazamento de radiação. Desde lá, a água utilizada para refrigerar os reatores é acumulada em mil tanques de armazenamento que, em 2024, atingirão a capacidade máxima

De acordo com os planos, a água será liberada gradualmente, ao longo de décadas, através de um túnel subterrâneo. Antes disso, o líquido contaminado será tratado e diluído a níveis seguros. 

O plano foi anunciado em abril de 2021 e enfrentou forte oposição de comunidades pescadoras e de países vizinhos, como China e Coreia do Sul. Os protestantes argumentam que as consequências da exposição a longo prazo a essas pequenas quantidades de radiação são desconhecidas e, por isso, colocariam os vizinhos e os ecossistemas sob risco. 

As autoridades japonesas afirmam que a remoção é necessária para prevenir vazamentos acidentais, como os que ocorreram em 2013. O esvaziamento também é necessário para que haja espaço para a desativação da usina. A liberação deve começar após checagem da estrutura de descarga do líquido por autoridades locais e após a publicação do relatório emitido pela IEAE, previsto para o final de junho. 

Em abril, a TEPCO, empresa responsável pela operação dos reatores, divulgou os primeiros vídeos de dentro do reator. As imagens geraram preocupação e despertaram questionamentos a respeito da capacidade do reator de suportar o impacto de um novo acidente. Apesar disso, o governo do país suspendeu a ordem de evacuação da cidade de Tomioka, próxima a usina, o que permite que moradores voltem a habitar a região.

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