Há mais de uma década, turistas ao redor do mundo aguardam ansiosamente a inauguração oficial, nas cercanias das pirâmides de Gizé, de um dos maiores museus do mundo. E esse momento está mais próximo do que nunca. No último dia 16, o Grande Museu do Egito (GEM, na sigla em inglês) abriu a maior parte de suas galerias para visitação – só deixou de lado, por enquanto, o aguardado salão dedicado ao faraó Tutancâmon.
Até agora, apenas as áreas comuns do GEM estavam livres para visitação, mas o Primeiro Ministro, Mostafa Madbouly, anunciou, na última semana, a expansão das áreas abertas. No total, são 12 galerias com mais de 15 mil itens que contam toda a história da civilização egípcia.
A inauguração oficial ainda não ocorreu. Em 2023, após o fim da construção, o governo passou a permitir a visitação das áreas comuns e, numa fase de testes, também autorizou exibições virtuais e a ocupação de uma grande escada ornamentada com artefatos históricos. A abertura da maior parte das galerias, agora, aumenta as expectativas para o funcionamento completo do museu e para a abertura da atração principal, dedicada ao faraó menino.
O que há de especial na exibição de Tutancâmon?
Tutancâmon é um dos faraós mais conhecidos da história do Egito. Sua tumba, intacta, foi descoberta em 1922, revelando detalhes inéditos desse reinado, mas seus itens nunca foram exibidos em completude.
No salão dedicado a ele, no GEM, isso será feito pela primeira vez. Hoje, boa parte dos tesouros do Rei Tut, como a máscara mortuária e o sarcófago, ambos de ouro maciço, podem ser visitados no Museu do Egito, no Cairo, mas quando a nova instituição for completamente inaugurada, todos os mais de 5 mil itens serão exibidos em um único lugar.
Um longa jornada até a abertura
Com cerca de 100 mil metros quadrados e mais de 50 mil itens em exibição, a instituição será a maior do mundo dedicada à arqueologia e se unirá ao British Museum e ao Louvre no topo da lista de maiores museus do mundo, tanto em área construída quanto em número de itens na coleção.
A história do GEM, no entanto, foi conturbada. Com cerca de 1 bilhão de dólares em investimentos do governo japonês, o principal investidor do projeto, o museu começou a ser levantado em 2005, mas teve sua construção interrompida inúmeras vezes: primeiro pela crise financeira de 2008, depois pela primavera árabe, e, finalmente, pela Covid-19.
Hoje, essa fase foi finalizada e o museu, aos poucos, vai abrindo espaço para os visitantes. E os preços podem variar. Moradores locais pagam 200 libras egípcias (EGP; cerca de 25 reais), enquanto turistas estrangeiros precisam investir o equivalente a cerca de 140 reais. Ao que tudo indica, valerá a visita.