Missão da Nasa usará balões científicos para estudar exoplanetas
O projeto começará com um voo de teste entre setembro e dezembro antes de ser lançado ao limite da atmosfera
Cientistas da Nasa estão se preparando para lançar a missão Excite (sigla em inglês para Exoplanet Climate Infrared Telescope), projetada para estudar atmosferas de exoplanetas (planetas potencialmente habitáveis que orbitam outras estrelas fora do sistema solar) usando voos científicos de balão de longa duração. O projeto começará com um voo de teste entre setembro e dezembro, em Fort Sumner, no Novo México, antes de passar para os voos científicos.
O Excite se concentrará exoplanetas gasosos gigantes, chamados “júpiteres quentes”, que orbitam suas estrelas rapidamente. O telescópio observará a distribuição de calor entre esses planetas e realizará medições que podem revelar a presença e circulação de compostos como água, metano e dióxido de carbono em suas órbitas.
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A missão visa aumentar significativamente o número de dados dessa natureza disponíveis para cientistas, já que as observações usando telescópios espaciais como Hubble, James Webb e Spitzer são mais restritas. “O Excite pode nos dar uma imagem tridimensional da atmosfera e da temperatura de um planeta coletando dados durante todo o tempo em que o mundo orbita sua estrela”, disse por meio de comunicado Peter Nagler, o principal investigador da missão no Goddard Space Flight Center da Nasa. “Apenas algumas medições desse tipo foram feitas antes. Elas exigem um telescópio muito estável em uma posição para rastrear um planeta por vários dias de cada vez.”
Como funciona?
O Excite voará a uma altitude de cerca de 40 quilômetros por meio de um balão científico cheio de Hélio, colocando-o acima de 99,5% da atmosfera da Terra. Isso permitirá interferência mínima ao observar vários comprimentos de onda infravermelhos. O espectrômetro do telescópio, resfriado a temperaturas extremamente baixas, medirá pequenas mudanças na intensidade da luz infravermelha.
O instrumento mantém um apontamento incrivelmente preciso, equivalente a focar em uma moeda de 25 centavos a 100 quilômetros de distância. Foi desenvolvido por meio da colaboração entre a Nasa Goddard, a Brown University, a Arizona State University, a StarSpec Technologies e parceiros internacionais.
O programa de balões científicos da Nasa oferece acesso frequente e de baixo custo ao espaço próximo para várias investigações científicas. A Wallops Flight Facility da agência gerencia o programa, realizando de 10 a 15 voos anualmente a partir de locais de lançamento espalhados pelo mundo. A Peraton opera a Columbia Scientific Balloon Facility, que lançou mais de 1.700 balões em seus 40 anos de história.