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Nível dos oceanos pode aumentar até nove metros, indica estudo

Segundo cientistas, temperatura hoje é semelhante ao último período interglacial, uma tendência preocupante, pois os oceanos estavam acima do nível atual

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 20h28 - Publicado em 23 jan 2017, 19h23

A temperatura atual dos oceanos chegou a um ponto muito similar ao da última era interglacial, quando o nível dos mares da Terra era entre seis a nove metros maior. De acordo com novo estudo publicado na última edição da revista Science, a evidência é preocupante, pois sugere que as geleiras do planeta são muito sensíveis à mudança de temperatura nos oceanos e seu aquecimento pode provocar o gradativo aumento do nível dos mares. A boa notícia é que o derretimento das plataformas de gelo pode levar séculos e as cidades terão tempo de se adaptar – a consequência mais imediata prevista pelos cientistas é a inundação das regiões costeiras do globo.

O levantamento, feito por cientistas americanos, considera o último período interglacial (intervalos de 10.000 anos entre as eras glaciais em que a temperatura global é mais elevada), que ocorreu entre 129.000 e 116.000 anos atrás. Há 129.000 anos, a média de temperatura dos oceanos era muito semelhante à registrada entre 1870-1889. Mas, 4.000 anos depois, ela aumentou 0,5°C, igualando-se às temperaturas médias do período de 1995 a 2014. Segundo os pesquisadores, durante a época interglacial, quando ocorreu o aquecimento dos oceanos, as geleiras responderam com uma lenta transformação, que levou milênios para acontecer. O aquecimento atual levou pouco mais de um século e os cientistas ainda não sabem exatamente quais podem ser seus efeitos.

No último período interglacial, o aumento do nível dos mares foi consequência de um aquecimento causado por mudança no eixo de inclinação de nosso planeta. De acordo com Anders Levermann, cientista do Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático, que não participou do estudo, os resultados podem ser uma “dica” de que as geleiras são capazes de derreter mais rapidamente e a temperaturas mais baixas que o esperado.

“[O estudo] pode significar que os oceanos vão responder rápido” às mudanças climáticas, afirmou o pesquisador à Reuters. Segundo Levermann, ainda há muitas incertezas para prever qual será o aumento do nível dos mares com base em dados pré-históricos.

Segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU), o nível global dos mares irá aumentar entre 13 centímetros e 68 centímetros até 2050 e, de acordo com a Nasa, o nível já aumentou 8 centímetros desde 1992.

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O ano mais quente

O ano de 2016 foi o mais quente já registrado, sendo o terceiro ano consecutivo em que o recorde global de temperatura é quebrado. A informação foi divulgada pela Nasa, pela Administração Nacional Oceânica Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) e pela agência britânica MET Office. Segundo as agências, 2016 foi o ano mais quente desde que os primeiros registros foram feitos, em 1880. De acordo com a Nasa, a temperatura da Terra ficou 0,99°C acima da média do século XX.

Segundo o comunicado da Agência Nacional Americana, o aumento das temperaturas é devido ao aumento das emissões de carbono e outros gases produzidos pelo homem que provocam o aumento do efeito estufa (processo natural em que gases “prendem” a radiação solar na atmosfera e esquentam o planeta). Caso os próximos anos sigam a tendência, a temperatura da Terra rapidamente se igualará à temperatura do último período interglacial.

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