Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Nobel para estudos sobre vacinas reverencia ciência contra o negacionismo

Raras vezes o prêmio refletiu tão diretamente um benefício em massa, compartilhado no momento presente por todos nós

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 10h24 - Publicado em 6 out 2023, 06h00

MEDICINA

Laureados: a húngara Katalin Karikó, de 68 anos, e o americano Drew Weissman, de 64 anos.

Por que ganharam: pelas descobertas que permitiram criar as primeiras vacinas de RNA mensageiro, desenvolvidas e aprovadas em tempo recorde para deter a Covid-19.

No mundo prático: raras vezes um Nobel refletiu tão diretamente um benefício em massa, compartilhado no momento presente por todos nós, como o da premiação de Fisiologia ou Medicina de 2023. Basta dizer que, sem o feito da dupla de vencedores, não teríamos desfrutado dos imunizantes de nova geração que possibilitaram combater o coronavírus e achatar as curvas pandêmicas. Karikó e Weissman trabalharam juntos na Universidade da Pensilvânia, nos EUA, desde o fim da década de 90 em cima de uma molécula-chave para o código genético ser convertido nas peças da engrenagem do corpo humano, o RNA. Mesmo desdenhados nos círculos acadêmicos, insistiram e quebraram a cabeça no laboratório até fazer história. Ajudaram a decifrar como o RNA mensageiro atua na coordenação dos mecanismos celulares e encontraram um jeito de criar e inserir RNAs com objetivos específicos no organismo sem causar reações adversas.

Graças a esse trunfo, abriu-se uma novíssima avenida na medicina. A mais bem-acabada obra desse esforço são as vacinas de RNA contra a Covid-19 — cuja taxa de efetividade supera os 90% e, derrubando argumentos negacionistas, é extremamente segura. Karikó, atuando na empresa que viria a projetar a fórmula da Pfizer, foi uma das responsáveis por sedimentar a aplicação clínica do RNA como um “instrutor” capaz de fazer as células humanas aprenderem a se defender do vírus. O resultado? Milhões de vidas salvas e uma emergência sanitária domada. E a batalha continua: a mesma tecnologia já é testada para enfrentar outras infecções e o câncer.

LITERATURA

METAFÍSICO - O norueguês Jon Fosse: obra reflexiva sobre amor, fé e morte
METAFÍSICO - O norueguês Jon Fosse: obra reflexiva sobre amor, fé e morte (Jessica Gow/AFP)
Continua após a publicidade

Laureado: o norueguês Jon Fosse, de 64 anos.

Por que lê-lo: aos 7 anos, o autor sofreu um acidente que o deixou à beira da morte, contemplando a finitude da vida em tenra idade. “Aquilo me formou como artista”, proclamou certa vez o Nobel das letras de 2023. Escolhido por “suas peças e prosa inovadoras que dão voz ao indizível”, Fosse cravou uma literatura intimista, pautada por questões como a morte, o amor e a fé. Comparado ao compatriota Henrik Ibsen (1828-1906) e ao irlandês Samuel Beckett (1906-1989), ele começou a carreira em 1983, com o livro Raudt, Svart (Vermelho, Preto), mas foi exportado para o mundo como dramaturgo, em peças como Rêve D’Automne (Sonho de Outono), dirigida pelo francês Patrice Chéreau. Como criador, experimentou de tudo: romances, peças, poemas, contos, ensaios e até livros infantis. Escrita em nynorsk, uma variação do norueguês, sua obra foi traduzida para mais de cinquenta idiomas, incluindo o português — neste mês sairá no país uma edição inédita do romance Brancura, pela editora Fósforo. Sua obra mais célebre é o drama Septologia. Dividida em sete partes, a obra de quase 800 páginas é o exemplar máximo do estilo reflexivo e carregado de metafísica do autor.

FÍSICA

OLHO NOS ELÉTRONS - Agostini, Krausz e L’Huillier: luz em escala subatômica
OLHO NOS ELÉTRONS - Agostini, Krausz e L’Huillier: luz em escala subatômica (OHIO STATE UNIVERSITY/AFP; Christof Stache/AFP; Kennet RUONA/Lund University/AFP)

Laureados: o francês Pierre Agostini, o austro-húngaro Ferenc Krausz e a franco-sueca Anne L’Huillier.

Continua após a publicidade

Por que ganharam: por seus experimentos pioneiros explorando o comportamento dos elétrons dentro de átomos e moléculas, o que resultou numa forma inédita de gerar pulsos de luz ultrarrápidos com aplicações em diversas áreas.

No mundo prático: o trio abriu as portas à investigação de processos extremamente velozes que ocorrem em nível subatômico, antes impossíveis de acompanhar. Os cientistas elaboraram ferramentas para emitir pulsos de luz numa escala de um quintilhão de segundo. O passo seguinte será utilizá-las em indústrias como a eletrônica e a de diagnósticos médicos.

QUÍMICA

NANOTECNOLOGIA - Bawendi, Brus e Ekimov: energia para telas e sensores
NANOTECNOLOGIA - Bawendi, Brus e Ekimov: energia para telas e sensores (Jodi Hilton/MIT/AFP; Columbia University/AFP; Wilfredo Lee/AP/Imageplus)

Laureados: o tunisiano radicado nos EUA Moungi Bawendi, o americano Louis Brus e o russo Alexei Ekimov.

Continua após a publicidade

Por que ganharam: pela revelação e pela síntese dos chamados pontos quânticos, cruciais para o desenvolvimento da nanotecnologia.

No mundo prático: os vencedores de 2023 desnudaram como variações no tamanho e na energia dos elementos químicos influenciam suas propriedades térmicas, elétricas, magnéticas e ópticas, culminando na produção dos pontos quânticos, um passo fundamental para o desenvolvimento da nanotecnologia. Sua incorporação pela indústria já rendeu frutos na forma de monitores de computador, lâmpadas de LED e métodos de mapeamento de tecidos biológicos — a próxima fronteira envolve a criação de minissensores.

Publicado em VEJA de 6 de outubro de 2023, edição nº 2862

Publicidade

Imagem do bloco
Continua após publicidade

4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Vejinhas Conteúdo para assinantes

Continua após publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.