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Nova biografia ilumina a vida do lendário Ernest Shackleton, mestre da exploração

Ele foi protagonista no Polo Sul da maior aventura de sobrevivência de todos os tempos

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 2 ago 2025, 08h00

Para um explorador da estatura de Ernest Shackleton (1874-1922), a quantidade de fracassos que deixou para a posteridade surpreende. O irlandês, um dos desbravadores do Polo Sul, nunca conquistou os obje­tivos a que se propôs em nenhuma das quatro grandes expedições das quais participou, especialmente nas três sob seu comando. Na mais conhecida delas, viu o barco que os levou até a calota polar do Sul, o Endurance, ceder no gelo até ser engolido pelas águas daquela região inóspita — em 2022, pesquisadores encontraram o naufrágio. Em busca de ajuda, selecionou um pequeno grupo de homens para atravessar num pequeno e frágil barco salva-vidas as condições de mares mais hostis do planeta. Na chegada à ilha onde encontrariam socorro, exaustos, ainda tiveram que escalar montanhas geladas que representam até hoje desafios aos mais experientes alpinistas. O esforço para salvar toda a tripulação rendeu aquela que é conhecida como a maior aventura de sobrevivência de todos os tempos.

Várias biografias foram escritas sobre Shackleton, muitas delas repassando seus feitos e sua capacidade de orientar as tripulações a superar obstáculos. Agora, um novo livro, Shackleton: o Homem que Liderou o Endurance na Arriscada Expedição à Antártica, da Companhia das Letras, dá uma perspectiva inédita e detalhada dos feitos do explorador. Escrito por Ranulph Fiennes, ele próprio um aventureiro com passagens pelos bancos de gelo ao sul, o volume aborda desde a infância do personagem até suas últimas jornadas, passando pelos percalços e pelas atribuladas relações com outros viajantes.

SHACKLETON, de Ranulph Fiennes (tradução de Berilo Vargas; Companhia das Letras; 456 págs.; R$ 109,90 e R$ 44,90 em e-book)
SHACKLETON, de Ranulph Fiennes (tradução de Berilo Vargas; Companhia das Letras; 456 págs.; R$ 109,90 e R$ 44,90 em e-book) (./.)

Ao longo da obra, Fiennes, primo distante da família de atores Ralph e Joseph Fiennes, define Shackleton como uma figura “complexa e multifacetada”, destacando tanto suas qualidades como líder determinado e otimista quanto a personalidade difícil e a incapacidade de lidar com finanças. O biógrafo oferece uma interpretação particular do biografado, muitas vezes comparando suas próprias experiências com as dele. “A simples menção desse nome evocava uma agitação e uma euforia dentro de mim”, escreve Fiennes. “Eu conhecia bem as histórias, tendo sido enfeitiçado por elas quando menino.”

Shackleton iniciou a carreira aos 16 anos, como aprendiz no Hoghton Tower, um cargueiro a vela. A viagem ao Cabo Horn, no Chile, foi uma prova dura, com condições rudes e uma tripulação difícil. Apesar dos desafios, a experiência foi fundamental para seu desenvolvimento. Após o aprendizado, ele serviu como terceiro e depois primeiro imediato em navios comerciais e como quarto oficial em navios militares britânicos.

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Em 1900, Shackleton se candidatou à Expedição Antártica Nacional, a bordo do Discovery, organizada pela Real Sociedade Geográfica (RGS) e liderada pelo tenente Robert Scott. Foi sua primeira oportunidade em exploração polar, que ele via como um meio de alcançar fama, fortuna e impressionar a futura esposa. Determinado a ser o primeiro a alcançar o Polo Sul, organizaria outras três incursões à região: a Expedição do Nimrod (1907-1909), a Expedição Transantártica Imperial (1914-1917), a do Endurance, e a derradeira, a Expedição Shackleton-Rowett (1921-1922).

O objetivo original a bordo do mítico Endurance, nunca alcançado, era atravessar o continente antártico. Depois do naufrágio da embarcação, Shackleton dedicou-se a salvar os companheiros, liderando a jornada épica no bote James Caird até a Geórgia do Sul e subsequentemente organizando o resgate dos 27 homens ilhados, sem nenhuma perda de vida no grupo principal. Paralelamente, o grupo de apoio, no Mar de Ross, enfrentou suas próprias tragédias, com a morte de três homens, mas o explorador assumiu a responsabilidade e garantiu o resgate dos sobreviventes.

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Shackleton morreu em 1922, vítima de infarto, enquanto voltava ao Polo Sul, a bordo do Quest. Durante cinquenta anos, ficou esquecido, congelado no tempo. Foi a partir dos anos 1970 que o interesse por ele ressurgiu, tornando-o objeto de estudo em escolas de negócios como Harvard para ilustrar lições de liderança. Foi Raymond Priestley, um contemporâneo do irlandês, que resumiu: “Numa situação desesperadora, quando parecer que não há saída, ajoelhem-se e rezem para Shackleton”.

Publicado em VEJA de 1º de agosto de 2025, edição nº 2955

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