Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

O que há por trás de um aperto de mãos

VEJA conversou com um neurocientista especialista no assunto para entender a importância do gesto para o ser humano

Por Sabrina Brito 24 abr 2020, 09h53
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em VEJA desta semana, uma matéria versa sobre o contato físico interpessoal em tempos de coronavírus. A falta de abraços, beijos e toques pode impactar o bem-estar do ser humano, animal considerado extremamente social.

    Sobre o tema, VEJA conversou com Idan Frumin, neurocientista do israelense Weizmann Institute of Science e autor de um estudo de 2015 sobre a importância social de um gesto especialmente humano: o aperto de mãos.

    Por que o ser humano tem o costume de apertas as mãos uns dos outros?

    O senso comum afirma que fazemos isso para sinalizar ao outro que não estamos portanto armas. Não acredito nisso. A teoria que eu apoio é a de que usamos esse gesto para obter uma amostra da informação olfatória do outro com quem socializamos. É um meio socialmente aceitável de obter dicas sobre o odor corporal de outros indivíduos que precisamos analisar.

    Qual a importância do olfato para a socialização humana?

    O homem é uma criatura muito social. Dependemos do senso de olfato para tomar algumas decisões importantes, como selecionar com quem queremos ‘cruzar’ ou determinar o caráter do outro. Precisamos saber quem é ameaçador e quem não. No entanto, fazemos tudo isso de forma subconsciente, instintiva.

    Como a informação olfativa vai da mão ao nariz, para que a captemos?

    Seres humanos têm o costume de tocar o rosto de modo recorrente. É assim que a assinatura olfatória do outro, que obtemos a partir do toque de mãos, chega até o nariz. Então, a interpretamos, instintivamente.

    idan frumin
    Idan Frumin, neurocientista israelense. (Arquivo Pessoal/Reprodução)
    Continua após a publicidade

    Somos os únicos animais a apertar as mãos do outro?

    Desse modo específico, acredito que sim. Mas outros animais fazem coisas parecidas. Cachorros, por exemplo, obtêm a informação olfatória que buscam por meio das glândulas anais do outro cão. Vale lembrar que nem todas as culturas humanas usam o aperto de mãos. Os esquimós, por exemplo, que vivem em locais onde deixar as mãos quentes e abrigadas é essencial, esfregam os narizes uns nos outros com o mesmo objetivo.

    Como a pandemia do coronavírus afeta a socialização entre pessoas?

    Com o coronavírus e a diminuição do contato físico, perdemos boa parte da informação da qual precisamos para inspecionar o outro. Um bom exemplo é o próprio toque constante do rosto e a ação automática de cheiras as próprias mãos. A intenção, claro, é a de que, ao não tocar o próprio rosto, diminuamos a disseminação de patógenos. Mas esse toque é psicologicamente necessário. Evitá-lo pode, em casos extremos, levar à introversão e à depressão, conforme apontam alguns estudos.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.