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O que se sabe sobre o cometa interestelar identificado no início do mês

O 3I/ATLAS é um objeto espacial que tem chamado a atenção da comunidade científica

Por Alessandro Giannini Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 14 jul 2025, 10h32

Astrônomos estão de olho no cometa interestelar 3I/ATLAS, um objeto espacial que tem chamado a atenção da comunidade científica desde que foi descoberto no começo de julho. Observações recentes feitas por um supertelescópio no Chile, o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO), trouxeram informações importantes sobre este raro viajante que veio de fora do nosso Sistema Solar.

O 3I/ATLAS é especial porque é apenas o terceiro objeto interestelar desse tipo já encontrado pela astronomia. Antes dele, tivemos o misterioso 1I/ʻOumuamua, visto em 2017, e o cometa 2I/Borisov, descoberto em 2019. Por ser tão raro, ele é um alvo de estudo valioso para entendermos como nascem os sistemas estelares e a variedade de materiais que existem no universo.

Confirmado como um cometa, o 3I/ATLAS [também chamado de C/2025 N1 (ATLAS)] já está mostrando sinais de atividade. Observações feitas em 3 de julho usando uma técnica que analisa a luz (espectroscopia) confirmaram que ele é um cometa e revelaram uma cauda avermelhada e empoeirada. Essa cauda é 18% mais avermelhada do que a maioria dos cometas do nosso próprio Sistema Solar. A expectativa é que, conforme ele se aproxime do Sol, o calor solar faça com que o gelo em sua superfície vire gás rapidamente, criando uma cauda brilhante, como acontece com outros cometas.

De onde veio e para onde vai?

Os cientistas conseguiram confirmar que o 3I/ATLAS é um objeto interestelar analisando sua velocidade e o caminho que ele percorre. O cometa segue uma órbita muito aberta, o que significa que ele não está preso à gravidade do nosso Sol e veio de outro sistema estelar. Ele está apenas passando pelo nosso Sistema Solar antes de seguir viagem de volta para o espaço entre as estrelas.

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Sua trajetória indica que ele pode ter vindo do “disco grosso” da Via Láctea, uma região cheia de estrelas consideradas muito antigas. Quando foi detectado, o 3I/ATLAS viajava a uma velocidade impressionante de cerca de 57 a 60 quilômetros por segundo. Especialistas estimam que o 3I/ATLAS pode ser o cometa mais antigo já observado, com uma idade possivelmente superior a sete bilhões de anos — ou seja, cerca de três bilhões de anos mais velho que o nosso próprio Sistema Solar.

Para a tranquilidade de todos, o 3I/ATLAS não representa qualquer perigo para a Terra. Atualmente, ele está na mesma altura da órbita de Júpiter, a aproximadamente 670 milhões de quilômetros do Sol e 520 milhões de quilômetros da Terra. Sua maior aproximação do nosso planeta será em dezembro deste ano, mas a uma distância segura de cerca de 270 milhões de quilômetros. O ponto mais próximo do Sol acontecerá no final de outubro, quando o cometa passará entre as órbitas de Marte e da Terra, mas mais perto de Marte, a cerca de 210 milhões de quilômetros do Sol.

Como observar?

Apesar de ser um fenômeno fascinante, o 3I/ATLAS não será visível a olho nu. Seu brilho fraco exige o uso de telescópios de médio a grande porte equipados com câmeras especiais para registrar as imagens. Telescópios com aberturas entre 150-200mm (com câmera digital) ou cerca de 400mm (telescópios ópticos) são os recomendados. Astrônomos amadores com experiência em fotografia astronômica podem conseguir capturar imagens.

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No Brasil, a melhor época para observá-lo será no começo de outubro, logo após o pôr do sol, no horizonte oeste. Em seguida, no início de novembro, ele poderá ser visto antes do amanhecer, no horizonte leste. No entanto, quando estiver mais perto do Sol, o cometa ficará escondido pelo brilho solar, reaparecendo para observação em dezembro.

A descoberta e o estudo contínuo de objetos como o 3I/ATLAS prometem mudar a forma como entendemos a formação e a evolução dos sistemas estelares, oferecendo informações valiosas sobre regiões distantes da Via Láctea.

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