Quase três semanas após o acidente envolvendo o submersível Titan, a empresa OceanGate anunciou que está suspendendo todas as operações comerciais e de exploração marítima. A única comunicação oficial feita até agora é um pequeno aviso no site da companhia. Até agora não há nenhuma postagem oficial nas redes sociais, e pedidos de entrevista feitos pela imprensa internacional não foram respondidos.
Após o acidente, diversos especialistas apontaram que o projeto do submersível tinha falhas e poderia representar um perigo para os exploradores que se aventurassem no equipamento.
O Titan, submersível da OceanGate Expeditions, submergiu na região do Atlântico Norte, perto de onde estão os restos do naufrágio do Titanic, no domingo, 18 de junho. Logo depois da descida, registros da Marinha apontam uma anomalia. A embarcação teria implodido pouco depois do início da expedição, matando os cinco ocupantes: o CEO da empresa, pai e filho de uma abastada família de paquistaneses e dois exploradores, um francês e outro britânico. Os destroços só foram recuperados dias depois.
A investigação oficial da Marinha dos Estados Unidos sobre o que aconteceu já estava em andamento e continuará na área ao redor do Titanic, onde foram encontrados destroços do submersível, disse o contra-almirante John Mauger, do Primeiro Distrito da Guarda Costeira. “Sei que também há muitas perguntas sobre como, por que e quando isso aconteceu. Essas são questões sobre as quais vamos coletar o máximo de informações que pudermos agora”, disse Mauger, acrescentando que foi um “caso complexo” que aconteceu em uma parte remota do oceano e envolveu pessoas de vários países.
Há várias possibilidades para o que pode ter acontecido com o Titan: falta de energia, incêndio, inundação e emaranhamento da nave em objetos ou acidentes geográficos. Como não há ligação física entre a embarcação e o navio de apoio, o único meio de comunicação e detecção seria por meio da água. “Nesse caso, há bloqueio da propagação das ondas eletromagnéticas muito rapidamente”, diz o professor de engenharia naval Eric Fusil, da Universidade de Adelaide, na Austrália. “Nenhum radar, GPS, holofotes ou feixes de laser teriam real utilidade.”