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OMS: Faltam antibióticos para combater superbactérias

Relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde diz que há “escassez” de novos medicamentos sendo desenvolvidos para combater infecções resistentes

Por Da redação
20 set 2017, 16h36
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  • A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta quarta-feira um relatório alertando sobre a “séria escassez” de novos antibióticos para combater bactérias resistentes e defendeu redobrar os investimentos diante desta “crescente ameaça” à saúde mundial. Segundo a instituição, há 51 novos antibióticos em fase de desenvolvimento clínico atualmente, mas a maioria é apenas uma modificação dos medicamentos existentes. Apenas oito deles, afirma a OMS, seriam tratamentos novos capazes de reforçar o “arsenal” existente.

    A principal preocupação da organização é em relação às “superbactérias” – microrganismos que se tornaram resistentes a grande parte dos medicamentos disponíveis e, consequentemente, causam infecções difíceis de tratar. A OMS identificou em seu relatório ao menos 12 classes dessas bactérias, chamadas agentes patógenos prioritários, incluindo uma forma de tuberculose resistente que mata 250.000 pessoas por ano no mundo. Na lista também estão presentes microrganismos que causam doenças comuns, como pneumonia, infecções no trato urinário e uma diarreia, provocada pela bactéria Clostridium difficile, que pode ser letal se não for tratada corretamente.

    “A resistência antimicrobiana é uma emergência de saúde global que vai comprometer seriamente o progresso na medicina moderna”, declarou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no comunicado. Uma boa parte das contaminações com superbactérias ocorre em hospitais e enfermarias, mas também é possível ser infectado fora desses ambientes. “Há uma necessidade urgente de um maior investimento em pesquisa e desenvolvimento de antibióticos para bactérias resistentes (…), do contrário voltaremos ao passado, em um tempo em que as pessoas temiam infecções comuns e a vida estava em risco até em simples cirurgias.”

    Investimentos

    Os cientistas calculam que, apenas para a tuberculose, seria necessário investir ao menos 800 milhões de dólares (2,5 bilhões de reais) por ano para desenvolver novos tratamentos eficazes. “As empresas farmacêuticas e os pesquisadores devem concentrar-se urgentemente em formular novos antibióticos contra essas infecções extremamente graves que podem matar os pacientes em questão de dias, porque não temos linha de defesa”, diz Suzanne Hill, diretora do Departamento de Medicamentos Essenciais da OMS.

    De acordo com a OMS, os novos tratamentos sozinhos, no entanto, não serão suficientes para acabar com a ameaça. A organização afirma que também é preciso melhorar a prevenção e controle de infecções em humanos, animais e no setor agrícola. Com isso, seria possível promover o uso adequado dos antibióticos existentes e futuros, evitando que mais microrganismos se tornem resistentes a esses medicamentos.

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