Orcas rebeldes afundam barcos e companheiras imitam comportamento
Especialistas acreditam que ataques são resposta a um evento traumático sofrido por um membro do grupo
Um grupo de orcas, conhecidas como baleias assassinas, parece estar se rebelando de forma radical contra embarcações no Estreito de Gibraltar, na Espanha. Unidas, três delas atacaram e afundaram três barcos na costa ibérica. Especialistas acreditam que o comportamento pode ser uma resposta a um evento traumático sofrido por um membro do grupo e a reação pode estar sendo copiada pelo resto da população.
No dia 4, o pequeno grupo perfurou o leme de um iate e bateu com força na lateral da embarcação. O ataque foi liderado por uma orca maior e imitado por duas menores, que a acompanharam durante toda a ação. Depois do choque, guardas costeiros espanhóis resgataram a tripulação e rebocaram o barco, que afundou antes de chegar ao porto.
Especialistas alegam que não há motivos para pânico e que uma fração mínima de encontros entre orcas e barcos terminam de forma semelhante. Nas mais de 500 interações registradas desde 2020, apenas três resultaram em naufrágios e o contato das baleias com embarcações acontecem uma vez a cada cem navios que passam pelo local.
Veterinários e biólogos acreditam que o comportamento agressivo é resultado de um trauma sofrido por um dos indivíduos do grupo. Um orca fêmea chamada White Gladis pode ter sofrido um momento de agonia causado por uma colisão contra um barco ou uma armadilha de pesca ilegal. O evento traumático pode ter despertado um gatilho comportamental que está gerando atos de agressividade contra embarcações.
O comportamento grupal e sociável da espécie pode estar fazendo com que outros indivíduos, sobretudo os filhotes, copiem a atitude de Gladis. No entanto, as respostas podem soar como uma brincadeira para os pequenos. Nos casos de ataque relatados, as orcas costumam acertar diretamente o leme dos barcos, atingindo-os com força total, mordendo e entortando.
Desde de que os ataques começaram, em 2020, quatro orcas pertencentes a uma subpopulação que vive em águas ibéricas morreram, mas essas perdas podem não estar diretamente relacionadas com os embates. O aumento dos incidentes, todavia, tem causado desconfiança nos marinheiros. Especialistas acreditam que o comportamento pode ser passageiro, mas temem pela integridade dos animais, que estão entre as espécies ameaçadas de extinção. O último censo, feito em 2011, contabilizou apenas 39 orcas ibéricas.