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Peste negra reaparece em pulgas nos Estados Unidos

Autoridades alertaram a população para o surgimento da bactéria, que matou um terço da população europeia no século XIV, em parasitas no Arizona

Por Da redação
Atualizado em 17 ago 2017, 16h01 - Publicado em 17 ago 2017, 12h31

Pulgas coletadas em dois condados no estado do Arizona, nos Estados Unidos, tiveram testes positivos para a bactéria Yersinia pestis, que causa a peste negra. O anúncio foi feito pelo condado de Navajo na última semana, e os testes que confirmaram a presença do microrganismo, responsável pela morte de um terço da população da Europa no século XIV, foram conduzidos pela Universidade do Norte do Arizona. Até o momento, as autoridades não divulgaram notícias de pessoas contaminadas nesses locais, mas estão orientando a população a procurar ajuda médica em caso de aparecimento de sintomas, como febre, dor de cabeça, dor no corpo e inchaço dos gânglios.

“O Departamento de Saúde do Condado de Navajo está alertando o público para tomar precauções para reduzir o risco de exposição a esta doença grave, que pode estar presente em pulgas, roedores, coelhos e predadores que se alimentam desses animais”, escreveu o condado em uma publicação no Facebook. “A doença pode ser transmitida a humanos e outros animais pela mordida de uma pulga infectada ou pelo contato direto com um animal infectado.” Para evitar uma possível exposição à doença, as autoridades do Arizona orientam os moradores locais a manter seus animais de estimação em coleiras quando saírem para passear e evitar contato com roedores.

Sintomas

De acordo como comunicado, a doença pode se espalhar pela corrente sanguínea e se instalar no sistema linfático, infectando os gânglios (quando eles ficam inchados e doloridos, são chamados de “bubões”, daí o nome alternativo de peste bubônica). Ela também pode se manifestar na forma de pneumonia, se a bactéria chegar aos pulmões. Nesse caso, o contágio pode ocorrer pela via aérea. Antibióticos, no entanto, são bastante eficazes contra ambas formas se forem administrados logo nas primeiras fases de desenvolvimento da doença – por isso, é necessário procurar ajuda assim que a pessoa notar a presença de algum sintoma.

Pessoas contagiadas pela peste costumam desenvolver sintomas semelhantes aos da gripe, com dores de cabeça, febre, calafrios, fraqueza, dor no corpo e glândulas linfáticas inchadas e doloridas na virilha, axilas, membros ou pescoço. Geralmente, essas manifestações ocorrem de dois a sete dias depois do contato com o microrganismo.

Além de Navajo, o condado de Coconino também encontrou pulgas infectadas. Segundo as autoridades do estado, um surto de mortes de animais de estimação e roedores pode indicar que a peste está presente – por isso, as pessoas são orientadas a não tocar em animais doentes ou mortos e ligar imediatamente para o Departamento de Saúde do condado. Outras orientações incluem aplicar anti-pulgas frequentemente nos animais de estimação, utilizar repelente para sair de casa e não acampar ou dormir no chão em áreas onde roedores podem estar presentes. O condado de Navajo destaca que donos devem ficar atentos com seus bichinhos, pois a bactéria também pode ser transmitida de animais para humanos por gotículas que saem ao respirar.

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Peste negra

A peste negra foi uma das mais devastadoras pandemias humanas. Acredita-se que ela tenha surgido na Ásia e se espalhado ao longo da rota da seda, uma das mais importantes vias de comércio na Idade Média, chegando até a Europa. Com a descoberta dos antibióticos, os casos dessa doença reduziram drasticamente, até quase desaparecer no século XIX. Ainda assim, a bactéria continua infectando algumas pulgas e, eventualmente, contaminando animais e humanos.

Segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês) dos Estados Unidos, entre 1900 e 2012, cerca de 1.000 casos da praga foram detectados em território americano, a maioria em áreas rurais. “No mundo, a Organização Mundial da Saúde registra entre 1.000 e 2.000 casos por ano, embora o número real seja provavelmente muito maior”, afirma o órgão, em comunicado. A África seria o continente com o maior número de casos nos últimos 30 anos.

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