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Por que só o Homo sapiens sobreviveu?

Novo estudo sugere que permanência da espécie se deve à capacidade de adaptação a ambientes extremos

Por Sabrina Brito Atualizado em 7 ago 2018, 16h16 - Publicado em 7 ago 2018, 15h37
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  • O neandertal, espécie de homem que deixou de existir, era menos capaz de se adaptar a ambientes extremos do que nós. (Smithsonian Museum of Natural History/Reprodução)

    Apesar de o Homo sapiens, espécie à qual pertencemos, ser o último grupo de hominídeos restante no planeta, a Terra já abrigou outros membros do gênero Homo. Por que é, então, que apenas nós sobrevivemos?

    Uma nova pesquisa, realizada pela Universidade de Michigan, dos EUA, e pelo Instituto Max Planck pela Ciência da História Humana, da Alemanha, levantou uma hipótese inédita: a nossa permanência se deve à aptidão do homem atual para se adaptar a ambientes extremos.

    Enquanto os outros representantes do gênero Homo, como os musculosos neandertais, ocupavam sobretudo bosques e campos, só nós conseguimos estabelecer moradia em lugares de difícil sobrevivência. Seja em climas hostis, como nos desertos da Península Arábica, em altitudes elevadas, a exemplo dos picos das montanhas andinas, ou em outros ambientes inóspitos, os Homo sapiens se ajustaram à vida em endereços muito mais diversos do que seus semelhantes.

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    Os inuítes, membros da nação indígena esquimó, se alimentam frequentemente de peixes e usam roupas especiais para se aquecer. (Bernd Hildebrandt)

    De acordo com Patrick Roberts, cientista arqueológico e coautor do estudo, essa conquista é resultado da nossa “cultura cumulativa”. Nós temos, diz ele, uma capacidade sem precedentes de formar relações próximas com todos os membros da nossa espécie, inclusive os que não pertencem à nossa família.

    “Isso permite que novas tecnologias e estratégias de subsistência sejam comunicadas entre gerações e grupos distintos – uma característica útil para quem precisa se adaptar rapidamente a uma diversidade de ambientes”, explica o cientista. Esse traço facilitaria o ajuste de certos povos em áreas a eles desconhecidas, já que possuiriam um conhecimento prévio dos mecanismos e costumes necessários para se viver naquele lugar (ou, melhor, em praticamente qualquer lugar).

    Segundo os pesquisadores, esse diferencial ecológico nos confere a classificação de “generalistas especialistas”. Por sermos capazes de habitar uma variedade de locais e sobreviver consumindo alimentos diferentes em cada um deles, somos “generalistas”, rótulo que compartilhamos, por exemplo, com os guaxinins.

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    No entanto, algumas populações de Homo sapiens podem ter hábitos adaptados a certo estilo de vida e ao consumo de determinados alimentos, a exemplo de alguns esquimós, que comem majoritariamente peixe. Esse fato rende ao ser humano moderno a classificação de “especialistas”, que dividimos com os pandas, cuja dieta consiste principalmente de bambu. Assim, seríamos os únicos animais deste planeta que podem ser chamados tanto de “generalista” quanto de “especialista”.

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    Os beduínos vivem no deserto africano e precisaram se adaptar ao clima seco. (Laura Montagnani/Pixabay)

    Apesar dos avanços trazidos pelos cientistas, os líderes do estudo afirmam que é necessário aprofundar a pesquisa. Por se tratar de uma hipótese, ainda é preciso mais dados e evidências para confirmar a teoria dos profissionais. “Devemos procurar associações entre fósseis de diferentes hominídeos e restos de plantas e animais que nos permitam um estudo profundo desse tema”, conclui Patrick Roberts.

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